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Chapter 20: A Cidade Esquecida

  Uma cidade pequena. Com capacidade para ter n?o mais que 20 mil habitantes. Cercada por montanhas verdes que s?o cobertas por névoa ao amanhecer.

  As casas eram simples, antigas e ao olhar as fotos na internet, Lucian percebeu que a cidade continua a mesma desde antes do holocausto. A única exce??o é a grande árvore no centro da cidade que é maior que qualquer casa ou prédio na cidade. Deve ter em torno dos 100 metros de altura.

  Lucian n?o sabia nada sobre árvores, mas se tivesse que chutar um nome, ele diria que aquela gigantesca árvore era um salgueiro.

  Olhando aquela árvore lhe dava uma sensa??o estranha que ele n?o sabia como nomear.

  Já fazia dois dias que ele estava em Miracatu, e por alguma raz?o, ele n?o conseguia partir de lá. Nada o segurava, apenas que algo n?o estava certo com aquela cidade.

  Ele alugou um quarto de hotel simples e decidiu ficar e explorar um pouco a cidade.

  Os cidad?os eram estranhamente felizes e agradáveis. Todos viviam como se n?o soubessem que o mundo mudou e que agora existem monstros lá fora. Por que ele disse isso como se ele estivesse dentro de algo?

  Olhando em volta enquanto parado em pé no centro de um campo de futebol nos limites da cidade, Lucian n?o viu nenhum tipo de campo de for?a em volta da cidade. N?o havia nenhum muro a protegendo, nada além das montanhas cobertas por árvores e grama.

  Esse sentimento de que algo está fora. De que ele n?o é capaz de descobrir... Ele odeia esse sentimento.

  E havia o fato de que o seu PodCon n?o funciona dentro da cidade e todos dentro dela só aceitam dinheiro.

  Tudo era antigo. Era tudo de antes do holocausto. Era como se a cidade e todos dentro dela estivessem parados no tempo.

  Mesmo com sua INT alta, Lucian nunca foi realmente bom em pensar nas respostas para os problemas complicados.

  Ele sempre teve seus planos e simplesmente o seguiu e o que vinha depois, a maior parte ele agiu por instinto e outras foram por sorte. Por isso esse problema o estava deixando irritado. Ele sempre poderia se virar e ir embora, mas ele estava muito curioso para desistir de descobrir o que estava acontecendo.

  Lucian entrou no mercado e se surpreendeu com o que viu. Tudo era de 400 anos atrás. Ele havia pesquisado em seu tempo livre como era a vida antes do holocausto.

  Olhando os produtos nas prateleiras, ele tinha certeza de que estava certo. Era tudo de antes do holocausto. Depois do fim do mundo, esses produtos como biscoitos, salgadinhos, doces, tudo isso havia deixado de ser produzido. Na era atual, encontrar algo disso era raro.

  Sem hesitar e olhando a data de validade, ele decidiu comprar de tudo para experimentar.

  Ele sabia que essas coisas eram porcarias e que n?o fazia nada de bom para a saúde, mas ele n?o podia evitar, ele amou tudo aquilo.

  Os biscoitos de chocolate eram deliciosos, assim como aqueles salgadinhos de queijo nacho. Coca-cola era de outro mundo.

  N?o querendo chamar muita a aten??o, Lucian percorreu toda a cidade comprando o máximo que podia. Seu inventário estava ficando cheio de tantas coisas diferentes que ele estava comprando.

  Lucian havia descoberto o oásis e encontrou uma nova meta. Aumentar de nível para assim seu inventário ter mais espa?o para ele guardar mais coisas gostosas.

  Será que ele morreu e foi para o paraíso?

  (...)

  Durante uma semana inteira, Lucian ficou na cidade e por 3 horas todo o dia ele iria sair para fora da cidade para matar monstros, já que n?o havia nenhum calabou?o na cidade. Ele somente foi encontrar monstros depois das montanhas e eles eram todos de níveis entre 50 a 80. Aumentar de nível seria difícil com essa velocidade de ca?a, mas mesmo assim ele n?o estava pronto para partir da cidade, n?o quando estava perto de descobrir o segredo dela.

  A case of literary theft: this tale is not rightfully on Amazon; if you see it, report the violation.

  Havia algumas coisas que ele descobriu. As pessoas realmente n?o faziam ideia do holocausto ou que havia monstros no lado de fora da cidade. Todos estavam vivendo uma vida pacifica.

  Um sentimento estranho o percorreu enquanto conversava com um homem já de idade.

  “Senhor, se me permite perguntar, mas em que ano estamos?”

  O homem o observou como se ele fosse idiota, mas mesmo assim respondeu:

  “2017.”

  Lucian manteve sua fachada calma, mas internamente ele estava de olhos arregalados.

  O holocausto ocorreu em 2020. Já se havia passado desde ent?o, mais de 400 anos.

  Como isso era possível? O que diabos está acontecendo nesta cidade?

  (...)

  Lucian despertou dois dias depois com uma nova disposi??o. Ele iria se concentrar totalmente em descobrir o que diabos estava acontecendo.

  Em apenas 1 segundo ele já estava no outro lado da cidade. Havia um lago raso.

  Usando um computador para acessar a internet, ele havia descoberto que existia uma pessoa aqui que era um despertado. Além dele, Lucian n?o havia visto nenhum outro despertado desde que chegou em Miracatu.

  Ele ainda n?o havia ido ver a árvore de perto, pois n?o sabia se a árvore era apenas uma árvore.

  No lago, ele encontrou uma pessoa sentada na beira do lago pescando.

  “Você deve ser Lucian, correto?” a voz feminina perguntou sem virar a cabe?a. Ela parecia completamente focada em pescar.

  Lucian se surpreendeu. Quando ele conversou pela internet, ele achou que fosse um homem. Ele jamais imaginou que fosse uma mulher.

  A mulher tinha por volta dos 18 a 20 anos. Cabelos ruivos castanhos e que ultrapassaram os ombros.

  Lucian se aproximou. A mulher virou o rosto e lhe deu um sorriso confiante.

  Ela era linda. Olhos verdes, pele branca e perfeita. Usava cal?a jeans, jaqueta de couro preta e uma bota preta de salto. Seu estilo era completamente anos 2000. Parece que ela se ajustou perfeitamente com a época que essas pessoas acham que vivem.

  “Aproxime-se, eu n?o mordo.” Sua voz era confiante e ela parecia ser segura de si mesma. Tinha um ar arrogante, mas n?o era ruim. Isso lhe dava um charme a mais. Ela também parecia ser simpática.

  Sem controle do próprio corpo, ele foi arrastado por uma for?a invisível e o for?ou a se sentar ao lado dela.

  “N?o vamos ser desconhecidos, pois ambos estamos presos juntos nessa furada.” Ela sorriu falsamente. “Agora, antes de você dizer alguma coisa, deixe-me apresentar, afinal, n?o somos selvagens, certo, Lucian?”

  Ele engoliu seco, pois apesar de saber que ela n?o estava feliz, a mulher deu um sorriso brilhante.

  “C-como...?” Ele tentou perguntar.

  “Meu poder, nada demais.” Ela respondeu simplesmente como se fosse algo banal. “Para come?ar, sou Kara. Estamos em Miracatu, uma pequena cidade que fica a mais de 100 km de distancia de Sorocaba, sua cidade natal. O motivo dessa cidade parecer que está vivendo no ano de 2017, é por que, bom... eles est?o. A árvore no centro da cidade é conhecida como uma das árvores do Universo. Ela é a árvore do Tempo. Essa árvore criou um loop infinito em toda a cidade onde come?a 3 anos antes do holocausto e termina no dia do holocausto quando o céu ficar vermelho e chove pedras pretas que se tornam calabou?os.”

  Lucian se recomp?s. Agir irracionalmente n?o lhe levaria a nada. Ele percebeu que Kara n?o era uma simples despertada.

  Primeiro, ao que parece, ela pode ler pensamentos, pode controlar seu corpo o for?ando a fazer algo que n?o quer e tinha conhecimento sobre essas... árvores do Universo. Somente pelo nome ele já percebeu que essas árvores eram acima da compreens?o humana. Ele respirou fundo, fechou os olhos por um segundo antes de os abrir e a olhar.

  “Se estamos em um loop de 3 anos. E estamos em 2017 e o holocausto come?ou em 2020, ent?o, por que o céu está vermelho e está chovendo pedras pretas ao redor da cidade?”

  “Oh... isso?” Ela virou o rosto para ele e disse simplesmente como se fosse algo banal. “é por que n?o é 2017, mas sim 2020.”

  “E o que acontecerá comigo quando loop reiniciar?”

  Ela o encarou e sorriu brilhantemente. Era um sorriso capaz de fazer o dia de alguém que estava tendo um péssimo dia.

  “Assim como eu e todos aqui, você também ficará preso. Eu n?o disse isso? Desculpe, eu esqueci de te avisar.”

  Se seu olhar pudesse matar, Kara estaria morta 1 milh?o de vezes. N?o importava quanta for?a ele usasse, Lucian n?o conseguia mover um único dedo.

  Ao longe, ele viu o céu ao redor da cidade se partir como um espelho quebrado e uma névoa se espalhar por toda a cidade cobrindo tudo.

  Ele voltou seu olhar para Kara que sorriu para ele.

  “Conto com sua ajuda para nos tirar desse fim de mundo que até mesmo os deuses esqueceram.” Ela lhe deu polegar com um sorriso inocente nos lábios.

  “Eu te odeio...” ele rangeu os dentes. O sorriso dela se alargou ainda mais. “Eu realmente te odeio.”

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