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Capítulo 1

  O sal?o do trono era uma grandiosa obra de arte divina. As paredes eram adornadas com intrincados relevos dourados que narravam as vitórias de Deus da Guerra, enquanto o teto abrigava um vasto mural que mostrava constela??es brilhando como jóia sobre um fundo azul infinito. No centro da sala, dois tronos monumentais de ouro e mármore negro se erguiam, esculpidos com imagens de batalhas e vitórias. Ali eram os pais de Thauz: o imponente Deus da Guerra, de armadura negra, e a graciosa Deusa da Sabedoria, vestida com uma túnica prateada que reluzia suavemente à luz das tochas eternas.

  Thauz, parado diante deles, trajava uma armadura leve que refletia sua hesita??o, seus cabelos brancos caindo desordenados sobre os olhos roxos que brilhavam com determina??o. Ele arrancou um cintur?o dourado, símbolo de sua linhagem, e o lan?ou ao ch?o, o som ecoando pelo sal?o como um trov?o.

  — Estou fora! — declarou ele, em voz firme, mas expressou ressentimento.

  A m?e dele cervical-se levemente do trono, sua express?o denotando preocupa??o.

  — Meu filho? — murmurou ela, com uma sugest?o quase inaudível.

  O pai de Thauz se inclinou à frente, com as sobrancelhas franzidas em fúria.

  — Você tem ideia do que está dizendo? — rugiu ele, sua voz ressoando como uma tempestade.

  Thauz n?o vacilou. Seu olhar firme desafiava a figura colérica do pai.

  — Sim, eu me cansei dessas guerras. Isso n?o tem nada a ver comigo e, ainda assim, eu tenho que lutar por você! Vai travar suas próprias guerras sozinho, porque eu estou indo embora!

  O Deus da Guerra clamou-se de forma abrupta, sua imensa presen?a divina preenchendo o sal?o. Em sua m?o, manifestava-se uma espada colossal, cujas laminas brilhavam como se fossem feitas de estrelas em chamas.

  — Você tem direito de recusa do pedido do seu pai? — bradou ele, brandindo a arma com uma for?a que fez o ch?o vibrar.

  Thauz estreitou os olhos, solicitando.

  — Perda de tempo. — E virou-se, caminhada em dire??o à porta principal da sala do trono.

  — Assim que passar por essa porta, tenha certeza de que n?o será mais meu filho! — fale o Deus da Guerra, sua voz ecoando como trov?es que desejam despeda?ar os muros do castelo.

  Thauz parou por um breve momento, sem olhar para trás.

  — Se cuida, Deus da Guerra. — E atravessou a porta, fechando-a com for?a.

  O silêncio pairou pesado no sal?o. A Deusa da Sabedoria clamou-se e lan?ou um olhar reprovador ao marido.

  — Tem algo a dizer? — Disse ele, ainda com a espada em m?os.

  — N?o. Aliás, mesmo que negue, eu ainda vou considerar ele meu filho! — respondeu ela, com calma, mas firme.

  O Deus da Guerra cerrou os punhos, a espada desaparecendo em uma chuva de faíscas douradas.

  — é por ficar apegado a ele que ele se tornou fraco!

  A deusa o encarou, chocada.

  — Fraco? — murmurou, incrédula.

  Enquanto isso, nos corredores do castelo, Thauz andava apressado, seus passos ecoando nas pedras polidas cobertas por tapetes luxuosos que retratavam batalhas épicas. As tochas ao longo do caminho lan?avam sombras dan?antes sobre as colunas de mármore, enquanto o brilho das paredes douradas refletia a aura divina que ele já come?ava a suprimir.

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  De repente, ele parou. à sua frente estava uma figura esguia e imponente: uma garota com orelhas e caudas de raposa, que balan?avam levemente com os movimentos. Ela usava kimono e dona de uma beleza unica. Seus olhos dourados brilhavam com curiosidade e um toque de preocupa??o.

  — Vai mesmo embora? — perguntou a Kitsune, sua voz firme, mas com um tom de leve apreens?o.

  Thauz suspirou, passando a m?o pelos cabelos brancos antes de cruzar os bra?os.

  — Imaginei que estava escutando. — Ele ergueu o olhar para ela, decidido. — Eu vou trilhar outro caminho agora.

  A Kitsune inclinou a cabe?a, como se tentasse decifrar o que havia por trás das palavras dele.

  — Nesse caso, eu irei também! — exclamou Kitsune, sua voz firme, mas carregada de determina??o.

  Thauz parou abruptamente e a encarou. Seus olhos roxos brilhavam intensamente contra a luz dourada do corredor, enquanto um suspiro pesado escapava de seus lábios.

  — N?o! Eu vou come?ar do zero. N?o vou chamar aten??o e vou viver à minha maneira. O lugar para onde estou indo n?o é apropriado para deuses!

  Kitsune arregalou os olhos, surpresa.

  — Você vai para o submundo de novo? — perguntou, quase incrédula.

  Thauz franziu o cenho, balan?ando a cabe?a em um misto de impaciência e humor sombrio.

  — E ca?ar briga com um dos Sete novamente? Eu estou fora!

  Um sorriso breve passou pelos lábios de Kitsune ao lembrar-se.

  — Aquele dia foi uma loucura. — Seus olhos brilharam de emo??o enquanto ela dava um passo à frente. — Eu n?o me importo de recome?ar ao seu lado. Desde que fui salva durante a guerra, eu jurei que minha vida era sua. Ent?o ficarei ao seu lado até morrer!

  Thauz desviou o olhar,

  Sem dizer mais nada, come?ou a tirar sua armadura. Uma a uma, as pe?as brilhantes desapareceram em partículas de luz, se desfazendo no ar como poeira estelar.

  — Depois, n?o quero ouvir reclama??es. Vamos embora! — disse ele, sua voz carregada de determina??o.

  — Sim, meu senhor! — respondeu Kitsune imediatamente, curvando-se levemente.

  Thauz a olhou de lado e estreitou os olhos.

  — A partir de agora, me chame pelo meu nome.

  Kitsune congelou, surpresa com o pedido inesperado. Seus olhos dourados piscaram incrédulos. Antes que ela pudesse reagir, um portal azul se materializou à frente deles, girando como um vórtice de energia pura. Com um som de estalo profundo, ele os puxou para dentro.

  Quando o portal se fechou atrás deles, uma figura silenciosa surgiu das sombras do corredor. Uma pequena ninja de roupas pretas, com os olhos brilhando atrás de uma máscara, observava o local onde o portal desaparecera.

  — Por que você escolheu logo esse mundo, jovem mestre? — murmurou, preocupada.

  Dentro do portal, Thauz e Kitsune eram lan?ados através de um túnel de energia cintilante, como se estivessem atravessando um rio de estrelas. O brilho os cercava, iluminando seus rostos com tons de azul e branco.

  — Essa é a primeira vez que uso o portal para algo que n?o tem a ver com guerra! — disse Thauz, quase admirado com a sensa??o diferente daquela travessia.

  De repente, Kitsune, com as bochechas coradas e um sorriso animado, lan?ou-se em um abra?o sobre ele.

  — Eu posso mesmo te chamar pelo nome?

  — Sua idiota! — disse Thauz, tentando afastá-la, mas já era tarde demais.

  A for?a do pulo de Kitsune os desestabilizou, lan?ando os dois diretamente contra as paredes de energia do túnel. O impacto fez as luzes ao redor se agitarem violentamente.

  — "Eu tenho que dar um jeito!" — pensou Thauz, mas antes que pudesse reagir, a energia os envolveu e os lan?ou para fora.

  O céu azul brilhava acima deles quando Thauz abriu os olhos. Eles estavam no fundo de uma cratera imensa, com rachaduras que se estendiam como teias pelo ch?o ao redor. Ele olhou para Kitsune, que recobrava a consciência lentamente.

  — Meu sen... Thauz, você está bem? — perguntou ela, ainda tonta.

  — Sim. Já caí de lugares piores. — Ele se levantou, ajudando-a a ficar de pé.

  Kitsune olhou ao redor, confusa.

  — Em que reino fomos cair?

  Thauz estreitou os olhos, analisando o local.

  — Com certeza n?o é o reino para onde estávamos indo.

  Antes que pudessem discutir mais, vozes distantes come?aram a ecoar ao redor da cratera.

  — O que foi isso? Um meteoro? — alguém gritou.

  Kitsune ergueu as orelhas, concentrando-se.

  — Estou ouvindo vozes.

  — Qual a distancia? — perguntou Thauz.

  — Uns 100 metros daqui.

  Thauz bufou e abriu um pequeno frasco de vidro em seu bolso, cheio de pequenas bolas de gude brilhantes.

  — Tem seres vivos neste mundo. é uma boa notícia, mas n?o podemos ser pegos.

  — Por minha culpa você vai ter que gastar suas moedas... Me desculpa! — disse Kitsune, cabisbaixa.

  Thauz suspirou.

  — Dinheiro dos deuses n?o deve servir de nada aqui. — Ele pegou duas bolas e as segurou firmemente nas m?os. — Primeiro, um item que oculta nossa aura e aparência divina.

  As bolas de gude se transformaram em dois anéis simples, mas inquebráveis. Ele entregou um para Kitsune.

  — Assim que colocar, será a única capaz de usá-lo. Se o dedo for cortado, o anel desaparece. Ent?o, tome cuidado.

  Sem hesitar, Kitsune colocou o anel no dedo. Em um instante, suas caudas e orelhas desapareceram, e seus olhos dourados tornaram-se escuros. Thauz também colocou o anel, e seu cabelo branco mudou para preto.

  — Essa é nossa nova aparência. — disse ele, observando-a.

  Kitsune ficou vermelha ao olhar para ele. Mas Thauz ignorou, puxando mais duas bolas de gude e mudando-as em pulseiras.

  — De uso único. Nos tornaremos imperceptíveis para tudo e para todos. Vamos usá-los para sair daqui.

  Eles colocaram as pulseiras e desapareceram no mesmo instante. Momentos depois, várias pessoas chegaram à cratera e olharam ao redor.

  — Eu n?o vejo meteoro algum! — disse um homem.

  — Como pode? Foi t?o alto que todos ouviram. N?o tem como alguém já ter levado. — comentou outro.

  Minutos depois, em um beco vazio da cidade, Thauz e Kitsune tiraram as pulseiras, que se desfizeram em fragmentos de luz.

  — Me desculpe... Fiz você gastar cinco das suas moedas preciosas. — disse Kitsune, visivelmente triste.

  Thauz colocou a m?o no ombro dela.

  — N?o se preocupe. Já te expliquei. Esse é um dos mundos humanos. precisamos ser cautelosos. Ficar quietos por alguns dias e...

  — Eu já disse que n?o entendi o que você diz! — interrompeu a voz de uma mulher que conversava com um homem em frente a um hotel

  Isso ficou confuso.

  — é uma briga?

  Kitsune ou amor.

  — Vamos embora?

  Um homem de terno bem alinhado estava em frente a uma mulher, com uma express?o tensa no rosto. Olhou ao redor, confuso, enquanto sua m?o se ajustava nervosamente ao gravata.

  — N?o sei o que falou, mas eu gostaria de um quarto. — disse ele, com sotaque carregado, esfor?ando-se para ser entendido.

  — O cara viaja para outro país e n?o sabe o idioma? Onde já se viu isso? — murmurou a mulher, irritada.

  Antes que a tens?o aumentasse, Thauz deu um passo à frente, os olhos analisando a situa??o. Ele se tornou uma mulher no idioma local.

  — Ele disse que gostaria de um quarto.

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