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O RAPTO - Hora trinta e três após a queda.

  Qual dem?nio mentiroso o enganou ao te fazer acreditar que possui poder para submeter um anjo?

  Sekhmet entrou em seu caminho, tentando ganhar tempo para que ele se acalmasse. Mas ele, com firmeza, apesar de agir com grande gentileza, a colocou de lado e se aproximou do lugar. O desespero amea?ou tomar conta do que era, mas sabia que o tempo exigia outra atitude. Com uma respira??o forte se recomp?s, logo se pondo a examinar com cuidado o local.

  Ent?o, satisfeito com sua inspe??o, ficou aguardando pela análise de Anael que acompanhava uma demiana, que por acaso era sua filha.

  Adiene era uma demiana ainda pequenina. Ela era um pouco gordinha e um pouco mais baixa que a média, as linhas do rosto harm?nicas e de uma invejável beleza. Gadhiel já alertara Anael que ela iria lhe dar muito trabalho, pois já mostrava, aos 111 anos, uma maturidade invejável e uma possibilidade de se tornar uma das mais belas demianas já vistas.

  E ela era uma psicometrista, e era nisso que trabalhava ali.

  Gadhiel, em silêncio e aparentando paciência, acompanhava cada passo, cada olhar mais demorado sobre algum item ao lado do acampamento, onde o ataque se dera.

  Ent?o, como se algo despertasse sua aten??o, ela se aproximou de uma árvore alta e esguia. Com leveza apoiou a m?o no tronco e fechou os olhos, parecendo ficar escutando algo soprado pelo vento ou pela árvore.

  Por fim a pequena demiana se ergueu, o rosto mostrando que já estava satisfeita, que já tinha conhecimento do suficiente para se sentir segura de suas impress?es.

  Gadhiel saiu de seus pensamentos, os olhos fixos na demiana, que se aproximou e se postou calada à sua frente.

  - Diga-me o que viu nesse local – pediu sério, sob o olhar pesado de Anael.

  - Ela estava ali quando tudo aconteceu – apontou para um lugar próximo à árvore alta e espigada. - Foram vinte e dois indivíduos – descreveu. – Eles estavam de olho nela há algum tempo, e foram cercando ela com muito cuidado. Levaram um bom tempo para se aproximarem. Dois deles, os mais fortes, foram os que atacaram primeiro, e os outros logo lhe caíram em cima, n?o dando qualquer chance para ela escapar, ou mesmo chamar por ajuda.

  - Para onde a levaram?

  Stolen novel; please report.

  - Eles esconderam isso, porque sabiam que iriamos tentar descobrir por psicometria – lamentou.

  - Ao menos deixaram assinatura?

  - Sim... Dez s?o dêmonas da superfície, ao que parece de um bando rival, aparentemente parte do mesmo que dizimou a sua família; os outros doze s?o dem?nios e dêmonas do submundo.

  - Também vi isso – confessou. – Alguma indica??o de para onde podem tê-la levado? Por mais leve que tenha sido? – apelou, sabendo que falava com uma excelente psicometrista, treinada, segundo soubera, pelos melhores.

  - Considerando um nível de acerto pequeno, mas importante, visto indica??es sutis, eu diria que pretendem mantê-la viva por algum tempo, e vi que a inten??o é de leva-la para o submundo.

  - O que eles pretendem com esse rapto? Por que se arriscaram tanto para tê-la?

  - Eles se arriscaram tanto porque eles têm medo dela.

  - Medo dela? – espantou-se. – Mas, por que teriam? Afinal, ela ficava quase sempre sozinha, e nem mesmo gostava de se misturar.

  - Quando ela se uniu com você, e com esse grupo depois, ela, sem perceber, come?ou a se firmar como um símbolo, como uma esperan?a para as outras famílias de dem?nios e dêmonas da superfície.

  Vendo que era tudo o que teria, com um sorriso agradeceu seus esfor?os. A menina se despediu com um movimento do tronco. Após dar um abra?o no pai se afastou para a companhia dos outros, onde passou a relatar tudo o que descobrira.

  N?o demorou e Sekhmet se aproximou, acompanhada do gigante Bhantor. Juntos, os quatro ficaram em silêncio, cada um estudando o caso a seu modo.

  - Eles est?o esperando um ataque em massa – Sekhmet quebrou o silêncio, após estudar com afinco as possibilidades.

  - N?o podemos quebrar o grupo. Os dem?nios, e principalmente os vigilantes, esperam por isso, para nos dividir e atacar. Aposto como tem dedos dos vigilantes no rapto da Layla.

  - O que sugere, Gadhiel? – perguntou Bhantor.

  - Eu vou procurá-la, e trazê-la.

  - N?o coloque sobre seus ombros toda essa responsabilidade – admoestou Anael. – Se esperam nos dividir, ent?o vamos todos juntos.

  - Muito arriscado irmos todos. Um pequeno grupo vai se virar melhor. Submundo, se lembra? O volume ali n?o é muito disfar?ável – lembrou Bhantor. - Será difícil invocarmos um silêncio que nos cubra se estivermos preocupados com outros...

  - é por isto que vou só. Conseguirei entrar e sair...

  - Dois é o melhor número para essa empreitada – declarou Bhantor, falando como se n?o tivesse ouvido a sugest?o de Gadhiel.

  - Eu disse que...

  - Olhe aqui, Gadhiel, você pode ser o namorado n?o declarado dela, mas ela é da família, e n?o tem como você impedir isso, está bem? – Bhantor cortou com firmeza.

  Gadhiel o examinou, e viu que ele contava com o apoio dos outros. Sorriu, capitulando de sua decis?o de ir sozinho.

  - E quem me acompanhará?

  - Ora, lógico que sou eu – Bhantor falou, se levantando em toda sua altura. – Eu sugiro irmos logo. Eu tenho algo de psicometrista, n?o t?o forte quanto de Adiene, mas dá muito bem para o gasto – revelou, vendo que Gadhiel se levantara e conferia o estado da espada. Logo depois tomou algumas facas que escondeu dentro das roupas e pegou um arco e uma aljava cheia de setas.

  Como se fizesse parte de um ritual Bhantor também conferiu suas armas, arco, espada e muitas adagas curvas, que chamava apenas de garras.

  Capacidade de ler impress?es e lembran?as ao contato de objetos e documentos.

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