N?o queria a destrui??o, a nega??o de um desejo expresso por quem nos criou. N?o queria cortejar a dor nem a desesperan?a. Estranho termos foram criados para crescer na dor.
O anjo estava pensativo, de cócoras na beira do precipício, a espada pousada ao lado, descansando, aguardando.
Ali estava ele, no mundo daquelas criaturas frágeis e desprezíveis, tiradas do barro. O que os outros haviam visto naquelas criaturas era-lhe um mistério.
De repente, sua aten??o foi chamada para um lugar distante. Com cuidado para n?o chamar a aten??o da demiana, passou a observá-la.
N?o ficou surpreso quando a demiana desceu suave bem à frente do humano, que via claramente ser um leviat?. Ela pousou os pés no ch?o duro, as asas sustentando a maior parte do peso do corpo no ar. Devagar depositou todo seu peso. Assim que os dois pés se apoiaram definitivamente no ch?o ela fechou lentamente as asas.
O anjo n?o quis examinar sua energia para n?o se denunciar, mas havia algo ali naqueles movimentos que chamaram sua aten??o.
O leviat? n?o se movia – ele estava hipnotizado. Para ele era uma mulher de asas que se aproximara. Ela tinha os cabelos brancos e macios, que o vento tocava com facilidade e leveza. Seu cheiro era como o do frescor da manh?, e seu corpo era estonteante. Como hipnotizado, ele suspendeu a respira??o ante aquela mulher. Ele sentia que o próprio ar estava modificado, tal como a própria luz.
A demiana ficou por algum momento observando o nefelin Arios com vivo interesse. Pela longa experiência ela bem sabia do impacto que causara.
Aparentando indiferen?a ela se voltou para examinar a paisagem que se perdia bem ao longe.
- Sei quem você é.
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- Tenho certeza de que sabe – respondeu o leviat?, recobrando o controle sobre si mesmo.
A demiana o observou com curiosidade. Havia poder naquela voz, havia poder expresso na atitude daquele ser.
- Seu cl? deve deixar essas terras.
- Bela demiana... N?o sei por que nos vota tamanho ódio. Pe?o que se vá.
- Ora, o motivo é bem simples: vocês s?o abomina??es, seres que n?o deveriam partilhar a cria??o – falou, os olhos duros nele presos.
O anjo se virou definitivamente para o lugar onde os dois se confrontavam, seu interesse em muito aumentado.
- Como demiana você deveria estar mais desperta, com menos ego. Nós fomos criados, e se existimos e possuímos vontade, n?o deveria se postar contra nós. Tudo o que existe, existe por uma decis?o Dele.
- Interessante você falar sobre estar desperto ou adormecido. Seria até uma verdade, mas se esqueceu que vocês n?o foram criados por Ele.
O golpe foi t?o rápido que a demiana teve dificuldade em entender por que sua vida se esvaia inexoravelmente, sem qualquer possibilidade de ser um engano.
As asas se abriram, trêmulas; o olhar baixou, preso no cabo de prata da adaga que atingira o lado do seu cora??o. Ao levantar os olhos deu com o olhar frio e indiferente do leviat?.
- O ódio cria ódio – ouviu-o dizer com uma suave entona??o entristecida. – N?o fomos criados para isso, para experimentar tamanho ressentimento. Amor, foi para isso que surgimos, nós, vocês, ... a vida. Mas vocês nos mudaram, mutilaram nossa própria essência.
Com um movimento suave, talvez para n?o causar mais dor, a susteve com gentileza. A demiana estremeceu suavemente, enquanto seu corpo ia tombando lentamente. O leviat? a desceu carinhosamente ao ch?o, observando seus olhos desaparecendo no ar.
Ent?o suspirou abatido e tomou sua adaga, agora abandonada no ch?o. A limpou na grama e a guardou.
Assim que se viu sozinho voltou os olhos para um lugar distante onde um anjo, sentado à beira de um abismo, tinha a m?o fechada no cabo de sua espada.
Por algum tempo ficou observando a grande figura contra o céu longínquo. Ent?o, vendo que o anjo n?o dava qualquer sinal de se mover, encetou novamente seu caminho.
O anjo ficou cismando sobre o que realmente era aquele mundo. Agora há pouco tudo o que pensava havia levado um pedeléco do destino. A bondade e a nobreza estavam nos que julgara irracionais e motivados por vontades escuras. Com tristeza viu que a escurid?o estava onde a luz deveria ser soberana.
Devagar trouxe luz ao seu cora??o e o espalhou por todo seu ser, buscando se renovar e tirar de si qualquer mancha de escurid?o, que agora sabia, os poluía lentamente, a todos.
- Que lugar interessante Você criou, UM. E com que seres o encheu?