Eu n?o sabia que também teria que me desculpar comigo mesmo, para alcan?ar a possibilidade e uma reden??o.
Gadhiel, enquanto se aproximava, n?o p?de deixar de se reconhecer naqueles salteadores que tentavam tomar o céu. Mas esse reconhecimento foi passageiro, porque ali havia uma inten??o de tomar e destruir.
Levas escuras subiam da terra, como enxames de vespas furiosas, dem?nios e vigilantes se for?ando para cima, enquanto viam mais anjos, que deveriam estar em postos de defesa, caindo para a terra. E esses eram os novos caídos, viu, porque eram anjos que se juntavam à nova revolta.
Enquanto os treze subiam velozmente, no meio da imensa turba, n?o foram molestados ou atacados, pois os que queriam a destrui??o do céu acabavam acreditando que esses faziam parte de suas hostes.
Quando eles viram os anjos, com Ovandriel à frente, pelejando contra os revoltosos, e fizeram uma curva fechada e se puseram a atacar as linhas mais próximas, a turba os reconheceu ent?o, e contra eles muitos se destacaram.
Gadhiel se fechou em sua forma de guerreiro, a espada dam?ni tomada de azul prateado, iridescente, enquanto todo o grupo se formava qual uma barreira frente a um setor mais judiado das defesas.
Gadhiel n?o se permitiu pensar, e se recusava a ver a inutilidade da batalha, sabendo que aquele n?o era o momento para ter esperan?as em reden??es, mas apenas o momento para uma compaix?o fria e distante, sabendo que tudo, em algum momento, iria recome?ar de um ponto mais elevado, para todo aquele que ali tombasse, independente se fosse anjo, dem?nio ou caído.
Por longas horas macabras pelejaram, os ferimentos se somando irremediavelmente, se acumulando dolorosamente. Observou ao lado, preocupado com os seus, conferindo que alguns estavam mais judiados que outros.
Com um sinal enviou Adiene e Theliel para atrás das linhas, visto que eram os que mais apresentavam ferimentos e mostravam maiores sinais de esgotamento.
Com um suspiro viu quando, de forma bem lenta, o setor que dominavam come?ou a mostrar sinais de fortalecimento, até que, num determinado momento a luta ali se tornou bem mais esporádica.
Apesar de satisfeito por ter um tempo para si e para os seus, observando tudo ao redor n?o p?de deixar de ficar desconfiado, preocupado com aquele movimento dos dem?nios.
Trazendo a si Bhantor, Layla, Sekhemeth e Amonet, disse-lhes de sua inten??o de examinar as outras linhas, porque parecia que a guerra estava se deslocando para algum ponto onde os dem?nios poderiam ter encontrado alguma fraqueza. Com um sinal colocou Anael senhor daquela linha em que estavam, e partiu com os seus destacados.
Foi Layla quem identificou um movimento ao longe, como de um ajuntamento de legi?es. Depressa foram recolhendo anjos pelo caminho, formando um novo exército. Já estavam mais fortes quando deram com um enxame escuro que se batia violentamente contra um único setor, como se fosse uma agulha contra a carne.
Os dem?nios haviam providenciado uma carapa?a, em que os dem?nios mortos eram constantemente substituídos, protegendo o grosso cerne que atacava aquele determinado setor.
Mesmo de longe viram que aquele setor era o setor defendido por Ovandriel, porque o anjo se mostrava à frente dos defensores, lutando bravamente.
Gadhiel parou, observando de longe o que estava acontecendo procurando alguma brecha ou fraqueza na carapa?a dos dem?nios. Com movimentos apressados, visto ser facilmente visível o enfraquecimento do batalh?o de Ovandriel, Bhantor mostrou um ponto na carapa?a, que parecia ser onde a reconstitui??o estava sendo mais demorada.
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Em dois separou o seu exército, ficando ele responsável por atacar o ponto mais fraco, enquanto o grosso iria atacar o seu entorno, impedindo que fosse refor?ado, quando percebessem o que estava acontecendo por ali.
Tomados de fúria, e assim poderados, voaram para dentro da vaga escura, dividindo-se já bem próximos.
As espadas giravam com extrema violência, farpas de sombra se alongavam e perfuravam e laminas de neblinas escuras cortavam e abriam sulcos.
Tomados de pressa avan?aram para dentro da onda escura.
Quando conseguiram romper, e surgiram ao lado da extenuada divis?o de Ovandriel, de longe viram que ele estava defendendo aquela posi??o com poucas esperan?as, isolado que fora. Ent?o seu exército rompeu as linhas, e mais refor?os penetraram e cercaram a sofrida divis?o de Ovandriel.
Mas, muitos dem?nios ficaram dentro da bolha de prote??o que criaram, e um dem?nio de enorme poder atacou Ovandriel com intensa fúria.
Com horror Gadhiel viu quando o dem?nio, segurando Ovandriel pelas asas, com uma fúria controlada e movimentos deliberadamente lentos foi arrancando uma delas, saboreando a dor imensa que causava, os olhos brilhando de excita??o vendo os movimentos descontrolados do anjo que tentava em v?o se safar.
Sentindo no peito uma dor imensa o viu pegar a asa ensanguentada e conspurcá-la com escurid?o, lan?ando-a para o lado quando ela come?ou a se desfazer em penas e fibras, todas destruídas.
Como se fosse em camera lenta se defendeu de um ataque, sem tirar os olhos do que acontecia um pouco à frente. Como se fizesse parte de um sonho, onde tudo se movia muito devagar, viu o dem?nio segurando o anjo meio desfalecido pela outra asa e o virar para si, deixando aparecer um sorriso imenso na boca esgar?ada.
Tomado de urgência cortou um dem?nio que tentava lhe fazer frente, e se lan?ou na dire??o dos dois, no momento em que ele atingia o anjo com terrível for?a, causando um ferimento profundo e terrível em seu peito.
Gadhiel atingiu com a espada a garra de sombra que penetrava o corpo do anjo, para surpresa do dem?nio, que se afastou um pouco e o examinou com prazer. Ovandriel foi logo amparado pelos seus e colocado sob prote??o, no exato momento em que o grande dem?nio avan?ou com fúria contra Gadhiel.
Por mais que tentasse infringir algum ferimento no dem?nio, ele parecia n?o sentir, e se recuperar rapidamente dos que infringia. Dois anjos tentaram ajudá-lo, e foram mortos por outros dois que surgiram, outros iguais ao grande dem?nio, como se família fossem.
Agora eram três deles, e Gadhiel, se defendendo e atacando, rapidamente come?ou a perceber que n?o teria futuro ali.
Ao ver que um deles se adensara um mínimo, atacando os que defendiam Ovandriel, cravou a espada no bra?o do que estava mais próximo e girou no ar, caindo às costas do que havia se adensado um mínimo, e enfiou-lhe a espada por inteiro, nuca abaixo.
O urro foi alto e violento, e até mesmo toda a guerra pareceu ficar suspensa, para entender o que fora aquilo.
Gadhiel, sabendo que n?o tinha como recuar, empurrou a espada mais para baixo, e foi se esfor?ando para trazê-la para fora, na vertical, cortando os músculos, fibras e veias ao longo da coluna do dem?nio por inteiro.
Seu receio foi confirmado quando sentiu um golpe t?o forte que parecia ter atingido todas as células do seu corpo.
Atacar aquele dem?nio assim, se mantendo exposto e imóvel daquela forma, o tornara um alvo, e um dos dem?nios se aproveitará disso, como de um momento como esse se aproveitará ele contra aquele que agora destro?ava.
Quando conseguiu tirar a espada, rasgando o dem?nio, o sentiu deslizar para baixo. Até pensou que teria ainda alguma chance de escapar, mas ainda nem conseguira girar totalmente o corpo para ficar de frente para o atacante quando foi atingido mais uma vez, agora mais duramente ainda.
Se esfor?ava desesperadamente em anular a dor quando viu farpas escuras, de um brilhante avermelhado, surgirem dos seus lados.
Se acalmou e aprofundou a respira??o, buscando um nível de for?a no fundo do que era. De súbito abriu as asas e girou, cortando o que quer que o estivesse atacando.
O dem?nio gritou de ódio, se afastando um mínimo, com ele sentindo o nível de suas energias perigosamente baixo.
Com um grito medonho de prazer, o dem?nio atacou com redobrada fúria. Gadhiel, num esfor?o supremo, rodou em sua frente, asas abertas, espada fixa na horizontal, cortando e retalhando o dem?nio, que apenas caiu em silêncio, sob os olhos furiosos do terceiro, que apenas segurou e quebrou sua asa esquerda, quase a arrancando. Com brutalidade puxou Gadhiel para si, a farpa grossa se enfiando com violência em seu peito, quase atingindo o cora??o
A dor foi intensa, e simplesmente tudo se apagou de súbito.