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A GRANDE BATALHA – LÚCIFER E ESCURIDÃO - Tempo espírito – Uma terrível visão.

  é a consciência que é Deus que é o que você é.

  Tento medir até onde se é permitido ir para impedir que o mal avance. Confesso temer falhar miseravelmente nisso...

  I

  A luta já durava algum tempo, e nada parecia indicar que alguém poderia vencê-la, até que Lúcifer, provavelmente temendo aquele imbróglio, simplesmente ordenara que grande parte de seus exércitos avan?assem contra a posi??o em que Sênior estava, deixando que muitos do seu grupo, deixados para trás, fossem mortos.

  Sênior tentou esquivar-se, mas foi inútil. Num movimento rápido estava preso. Como se tudo estivesse pesado e lento sentiu a agulha penetrando em todo o seu ser. A dor era t?o intensa que pensou se n?o seria bom desistir de tudo, se entregar e deixar a luta porque, agora, conseguia ver que n?o havia futuro nela.

  Khyah sentiu todo o horror a tomar quando viu Sênior ser arrebatado, desaparecendo com a nuvem escura que caíra sobre ele.

  - Era o Sênior que eles queriam desde o início – gemeu Melchior, vendo que apenas os ganedrais permaneciam por ali.

  Apressados, todos se puseram a procurar pela mente de Sênior, e viram com horror que ele estava fora de alcance. Haamiah, tomado de furor, varreu os espa?os circundantes, mas nada havia sobre ele.

  Em desespero uniram suas for?as, apenas para ficarem em silêncio, horrorizados com o que sentiam, como se fosse de algum lugar e de algum tempo desconhecido: os dem?nios estavam torturando-o da forma mais barbara possível, e estavam tentando inocular a escurid?o dentro da alma dele.

  Os anjos, tomados de dor, se olharam inconsoláveis.

  Sênior sentiu-se afundar pesado, os membros sem qualquer possibilidade de a??o.

  Estava desaparecendo, percebeu, e n?o sabia o que seria deixado em seu lugar.

  Como se em sonhos viu uma mancha escura acercar-se de seu cora??o, buscando tomar sua centelha. Olhou curioso, notando um pulsar suave ali. Aproximou-se devagar, a onda escura tentando barrar seu avan?o. Ent?o, uma voz doce e suave ficou ouvindo, e assim se deixou enlevado, sua alma se deliciando disso: “Estou aqui, e você nunca vai estar sozinho”.

  Subitamente, como se despertasse, viu a escurid?o avan?ando. Como rea??o seu corpo enrijeceu e brilhou com violência.

  This book was originally published on Royal Road. Check it out there for the real experience.

  Khyah gritou em reconhecimento, ao ver uma luz explodir a muitos anos-luz de distancia.

  Sem esperar pelos outros volitou, no momento em que, no meio de uma nebulosa, um anjo azul pulsava, rodeado de cadáveres que se desfaziam.

  Haamiah, enquanto volitava em dire??o ao amigo, ficava remoendo em seu cérebro: E nos acusaram de cedermos à escurid?o?

  II

  - Como n?o sabia? – Escurid?o segurou o pesco?o de Lúcifer, aproximando sua cara da face vermelha e agora disforme. – Você o acompanhou, você devia saber.

  - Eu me juntei a eles por um breve momento – justificou quase sem voz.

  Com uma explos?o de raiva e desprezo o dem?nio lan?ou Lúcifer para longe, de onde ele ficou em silêncio, aguardando.

  > Como podia saber que ele n?o se dividira, que era um impartido, que ainda tinha todo esse poder? – gritou enraivecido.

  Escurid?o, tomado de ódio, avan?ou contra Lúcifer, mas este já o esperava. Com um giro a espada vermelha atingiu a perna de Escurid?o, que vibrou sua espada e quase arrancou o ombro de Lúcifer, que se afastou depressa, se perdendo além da nebulosa, acompanhado de alguns poucos fiéis.

  III

  - Temi que o tivesse perdido – chorou Khyah, tomando apressadamente o corpo quase inerte de Sênior em seus bra?os, enquanto lhe descarregava, com a maior suavidade que podia, grandes ondas de energia.

  Os ganedrais, tomados de apreens?o, aos milhares envolveram os dois, construindo uma esfera de prote??o com suas almas, a energia vibrando suave e gentil.

  Assim que Sênior se mostrou mais recuperado, rapidamente se afastaram da nebulosa, para dentro de Nébadon.

  Devagar desceram na superfície de um gigante gasoso que orbitava uma gigante vermelha, onde finalmente se acalmaram.

  - é verdade o que tentaram, Sênior? – perguntou Uriel.

  - é sim, é verdade o que sentiram – sussurrou, se apressando em se refazer. - Lúcifer tentou injetar escurid?o dentro de mim – sorriu satisfeito. – Acho que ele teve a maior surpresa.

  - Aposto que sim – suspirou Azazel.

  – Mas, como conseguiu escapar disso? – perguntou Haamiah, a face dura e inquisitiva.

  - Acho que ele n?o sabia que nós n?o nos dividimos há muito tempo. Eu ouvi o Trov?o. Tenho certeza de que nunca corri o risco de ser infectado assim, como tenho certeza de que nenhum de nós corre esse risco. Ainda nos mantemos perto da FONTE – esclareceu.

  - é terrível isso – sussurrou Dangelo. – E os outros? O que eles est?o fazendo com as m?nadas que capturam?

  Ninguém falou nada, os pensamentos esmiu?ando aquelas palavras, evitando imaginar o que os outros, que já estavam se dividindo há longo tempo, poderiam estar passando e se transformando sob uma tortura como aquela.

  - Eu acho que n?o devemos nos preocupar em demasia com isso – falou Uriel com tranquilidade. – As centelhas podem ser jovens, ou velhas, mas nunca est?o sozinhas. Eles podem acreditar, e nós também, que Sênior escapou porque n?o nos dividimos. Talvez essa seja uma condi??o que pode ter ajudado sim, mas acredito que n?o foi esse o fator determinante.

  - E o que seria ent?o, Uriel? – perguntou Azazel, tomada de curiosidade.

  - Amor... Os caminhos s?o velhos e novos, mas todos sabemos o que nos move, e que experiências queremos ter. Se Sênior desejasse se perder em alguma experiência mais profunda, aposto que teria sucumbido, mesmo que impusesse alguma resistência. Mas n?o foi assim, porque n?o era o que ele desejava, e o UM sabia, e o lembrou disso.

  Sênior observou Uriel com carinho, se perguntando se ela estaria certa ao afirmar isso. Só ele sabia o sofrimento e a dor que experimentara, e o quanto se esfor?ara em resistir aquela tenta??o que se empurrava para dentro de sua alma. Ent?o se lembrou de Azazel, que experimentara algo que nenhum deles pensara que pudesse existir.

  Uriel devia ter raz?o, sorriu em paz.

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