Foi nesse momento que você, como anjo, tomou consciência.
Ignoro o que me fere, até o ponto em que chego a acreditar que sou imune.
O imenso anjo Iveagha viu duas consciências um pouco distantes pulsando estranhas. Na hora algo chamou sua aten??o, percebendo que elas iriam tentar algo temerário. Resolveu ficar por perto, curioso sobre o que seria.
Ent?o viu as duas m?nadas se unirem a outros. Luzes passaram a pulsar erráticas no meio deles, como se estivessem construindo alguma coisa. Sem poder se segurar se aproximou um pouco mais, e conseguiu ver que eles manipulavam linhas de for?a eletromagnéticas, que se irradiavam como se fossem nervosos e crepitantes relampagos de variadas cores e de intenso poder.
Na hora, imerso na consciência daquele grupo, acreditou saber o que pretendiam, e n?o achou erro nisso.
Mas, precisava ter certeza.
Tomado pela curiosidade volitou até aquele grupo. Zadckiel e Balael se apresentaram e o acolheram calorosamente. Tomados de felicidade e euforia confirmaram que realmente estavam tentando o que pensara ser.
- N?o acham isso muito arriscado? – cismou Iveagha em voz alta. – Eu soube que alguns tentaram cortar definitivamente a liga??o com o UM, e todos disseram que era impossível.
- Aprendemos com o erro deles – falou Balael com orgulho, o que acendeu um leve sinal de alerta, que Iveagha resolveu ignorar. – Agora, tem tudo para dar certo – completou.
- E, caso a experiência n?o seja o que pensamos que pode ser, é só cancelá-la e retornar – afirmou Zadckiel tomado de confian?a.
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- Mas, e n?o conseguirem voltar?
Zadckiel e Balael se entreolharam confusos com aquela pergunta.
- Ora, e como isso seria possível? Somos o que somos, e n?o há possibilidade de n?o conseguirmos cancelar essa experiência. Além disso, fomos tornados consciência para isso, n?o foi? N?o foi essa miss?o que nos propusemos, em nome do UM, para o UM? N?o foi isso que ELE sussurrou em cada um de nós?
Iveagha ficou em silêncio por um momento, vendo verdade no que ouvira, a luz branca de prata de que era feito pulsando suave. Tomado de uma alegria infantil se abriu, tentando ver as possibilidades que iriam ser descortinadas.
Estranhou quando n?o conseguiu vê-las.
Estendeu um pouco mais a sua consciência à frente no tempo daquela dimens?o, procurando por qualquer possibilidade que seria aberta pela nova abordagem da experiência. Mas, continuava a n?o as encontrar, e isso o deixou muito preocupado.
- Vocês conseguiram seguir as linhas estendidas da experiência? N?o consegui examinar as possibilidades que podem ser abertas. Por que n?o consegui encontrá-las?
- Ah, aí é que está. Viu só? Isso é que é a experiência. Algo totalmente novo e nunca tentado. O UM ficará muito orgulhoso do que iremos conseguir aqui. Um novo caminho, nem mesmo sonhado. Vocês n?o conseguem ver isso?
- Eu estou muito empolgado com isso – Balael declarou, a felicidade pulsando sua energia amarela.
- E quanto a você, Iveagha? – perguntou Zadckiel tomado de uma luz iridescente, alegre como estava.
Iveagha examinou Zadckiel, e viu a expectativa que o tomava. Ent?o, tentando retirar de si a indecis?o que o bloqueava, se voltou para Balael, e tal como seu irm?o, ele também exulou com aquela possibilidade que estavam para abrir.
Como poderia uma confian?a como aquela que seus irm?os demonstravam ser por algo que contivesse em si uma falha?
Como poderia estar errado algo como aquela experiência?
E, ainda, havia aquele “e se...”, e o cumprimento do acordo com o UM, de experimentar tudo o que fosse criado.
Ent?o, Iveagha acabou aceitando o convite para participar da experiência junto com aquela imensa multid?o de anjos. O que poderia perder?
Mas, mesmo assim, se n?o desse certo teriam apenas que cancelar a experiência, resetar o processo e retornar, n?o foi isso que eles disseram que seria possível? N?o foi isso que os que haviam tentado antes deles haviam feito? Além disso, é certo que o UM estava de olho, e teria impedido de prosseguirem se houvesse qualquer risco, n?o teria?
O que poderia dar errado, ent?o?