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A MUTA ELAHIN

  Me tornei algo diferente, apesar de n?o saber o quanto. Ent?o olhei à minha volta e ignorei o meu ego e sorri, porque em cada consciência que eu via sempre havia algo de diferente e de imenso poder, tal como via em mim.

  Elahin inspirou demoradamente, tentando colocar em ordem tudo o que vira e sentira. Como onda as coisas haviam se precipitado. Ter atendido ao convite dos antigos se mostrara de muita importancia. Ganedrais, tardischs, Sênior e Derfla, uma rede se estendendo e a tudo afetando. E todos eles estavam bem cientes disso.

  Ent?o se elevou bem acima do planeta, a meio caminho dele e do seu satélite, onde ficou perdido em seus pensamentos, tentado descobrir o que aquele desprezível ponto azul poderia ter de tanta importancia para o Trov?o, tentando descobrir o que Ele planejava experimentar ali.

  Subitamente Elahin sentiu seu corpo enrijecer-se e ser percorrido por uma onda de poder estranho e imperativo. Com cuidado examinou esse poder, e viu que n?o era algo que reconhecesse como perigoso ou maldoso, parecendo mais como um convite estranho, que sentiu-se tentado a aceitar de imediato.

  No entanto se recusou a atender de pronto, pois que sabia das muitas implica??es que um poder assim poderia ter. Como anjo experimentara destinos e possibilidades, como também em dem?nio experimentara.

  Ent?o se deixou quieto, seguindo a linha que chamava sua aten??o. Muito lentamente ela foi se mostrando, se esticando através do tempo e espa?o, até que ela apareceu. Era um craneo de rocha, de uma pedra muito rara. Elahin se aproximou dela, que era imensa em seu tamanho. Devagar se colocou ante ela, e entendeu que seu nome era Maestra, e que ela era uma Muta.

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  Inspirou profundamente, tocando no que ela era, e n?o pode deixar de sorrir.

  à sua frente estava um poder puro, uma consciência que n?o era uma, mas apenas uma possibilidade, um poder ser e se tornar. Ela n?o existia como um ser, apesar de ter vontade própria, como um destino n?o nominado. Lentamente abriu as asas e se postou entre suas órbitas vazias, e viu o quanto a amava.

  Nela havia um sentimento fortemente ligado à Gaia e à cada consciência que ali vivia. Deixou-se mergulhar um pouco mais na energia que ela emanava, e viu poder frio que se esticava por eras e eras, à frente e adiante, n?o sendo bom ou mal, porque sabia da verdade.

  Elahin, o impartido, t?o ligado ainda à Fonte, entendeu o que era aquele poder, e sua energia vibrou em todo o espa?o e encheu a escurid?o. O Trov?o estava ali, observando, cuidando, experimentando.

  Com imensa suavidade se abriu a todo aquele poder, aceitando o que estava sendo oferecido.

  Assim que se permitiu uma explos?o ocorreu dentro do que ele era, e viu o tempo retroagindo, e algo de um poder que n?o podia segurar sua vis?o a construía com intenso amor, como fazia com tudo o que criava.

  O Trov?o estava ali, em um ato de cria??o, viu com intenso carinho, os olhos fechados, sem se atrever a encarar o UM. Ent?o ouviu, e a voz era de um carinho t?o intenso que fazia vibrar cada célula de luz que era, e ela lhe perguntava se a queria ser.

  Elahin n?o conseguiu responder, mas apenas sinalizou, em todo seu silêncio, que sim, que aceitava.

  - Ent?o está feito, querido Elahin. Cuide dos outros que est?o por vir, cuide do que foi colocado aos cuidados de vocês. Que seu caminho se desdobre, como UM que é.

  Ent?o tudo se desfez.

  Elahin abriu os olhos e levantou a face, e havia apenas aquela escurid?o que se mostrava em paz, plena em si mesma.

  Foi só ent?o que percebeu que havia algo diferente em si mesmo, na pulsa??o que emitia. Ao se observar n?o pode deixar de sorrir, enquanto como Muta se reconhecia, e de Maestra se chamava.

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