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ENCONTRO COM O REI DOS HOMENS

  N?o sei bem o que lhe disseram sobre a importancia que se dá.

  I

  Aqueles homens pararam o que estavam fazendo e se ajuntaram em pequenos e inúmeros grupos, todos com a aten??o voltada para os dois que desciam no centro da cidade.

  Sênior sorriu, vendo que a curiosidade maior estava sobre a drag?o, que se mostrava em toda sua plácida majestade.

  Ela estava quieta, observando todos ali com disfar?ado interesse.

  Lentamente, vendo que os dois seres estavam quietos e pareciam pacíficos, eles foram se aproximando. No princípio se mostravam receosos, mas logo estavam ao alcance de um toque. Mas, eram as crian?as as que rapidamente tomaram a iniciativa, para desespero de seus pais, que logo se acalmaram ao ver que eles eram bem recebidos e aceitos.

  Porém, tudo tomou um ar mais formal quando irromperam da multid?o os três humanos com quem Sênior havia se encontrado anteriormente.

  Sênior os aguardou, enquanto recolhia as asas e as fazia sumir.

  - Que bom que vieram - cumprimentou Ganvra, parando frente a Sênior, os olhos se perdendo em contempla??o da magnífica criatura azul, tal como os outros estavam hipnotizados.

  - O prazer é meu, Ganvra. E esta é Braba, e ela é...

  - Um drag?o azul de Corbélia – Gavenal suspirou, os olhos vidrados, um sorriso esquecido no rosto. – Seu drag?o é magnífico, Sênior.

  - Drag?es n?o possuem donos – esclareceu Sênior, se tranquilizando ao ver que Braba n?o levara a mal o que a humana dissera.

  - Ah, nossa... Eu pe?o desculpas, se fui desrespeitosa – falou Gavenal sem-jeito.

  - Ela n?o levou a mal, Gavenal.

  - Ela é linda demais...

  Sênior se surpreendeu ao ouvir isso de Tondo, que observava a drag?o com admira??o. Sorriu ao ver Braba baixando a cabe?a e tocando com o focinho a testa de Tondo, que abriu um imenso sorriso de agradecimento.

  - Que bom... Ent?o, vamos? – Ganvra convidou, indicando uma casa maior do outro lado da pra?a. – Nosso rei os aguarda. Você trouxe? – perguntou para Sênior, caminhando ao seu lado.

  - Sim, está comigo.

  Ent?o parou e se virou, sentindo falta dos passos pesados de Braba. O que viu o deixou admirado. Braba estava cercado por toda aquela gente, que a tratavam com imenso carinho.

  - Vá indo, pequeno. Vou ficar com meus amigos aqui. Estes assuntos s?o mais importantes.

  - Você está certa, Braba. Divirta-se – falou, reencetando o caminho ao lado de Ganvra.

  II

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  - Deixe, Ganvra – falou o rei usando uma voz em tom suave, ao perceber quanto o homem estava incomodado com o anjo, porque ele n?o se ajoelhara ou, ao menos, fletira o corpo, em cumprimento ao rei. – Nosso amigo aqui é um anjo, e é um rei também, nos lugares que domina.

  - Engana-se, rei Danavar. – Entre nós n?o existe aquele que domina os outros.

  - é estranho isso – sorriu o rei com modos complacentes, dando de ombros. - Que seja! – E quanto a el? Você a examinou?

  - Antes, o que acreditam que é uma el? – perguntou sentando-se à mesa com os outros, enquanto servi?ais de rostos assustados espalhavam sobre a mesa bebidas e alimentos.

  Sênior o observou rapidamente, e suspirou. Vítimas e algozes, era a brincadeira que se davam, cismou.

  - Ora, s?o como os cristais, que crescem em contato com alguma vontade, e s?o criados por magia. S?o raros por serem dificílimos de criar. Quando ligados a algum ser fica como uma tatuagem que rodeia a cabe?a, e lhe clareia a mente e lhe dá alguma prote??o – declarou o rei com um pequeno ar de desinteresse. – Por que pergunta? Há algo mais que n?o saibamos?

  - As els podem ser corrompidas, ou terem suas naturezas alteradas, o que poderá corromper até mesmo o mais determinado dos homens ou pessoas – declarou, os olhos examinando as auras dos homens. Com pesar viu que sua afirma??o incomodara Ganvra, mas n?o o rei.

  - Estranha essa informa??o sua. Se a criamos sob a vontade da luz, e temos inten??es corretas em tê-las, como poderiam nos corromper?

  - Vocês acreditam mesmo que s?o cria??es de homens ou pessoas? Vocês n?o têm poder para tal.

  O rei sondou seu semblante por algum momento, sério e pensativo.

  - Ent?o vem de vocês? – sorriu.

  - Poderia ter vindo sim – confirmou. – Mas, os que poderiam fazê-lo n?o o fariam, e isso porque o desejo de dominar simplesmente pelo gosto de dominar n?o está em nós...

  - Talvez n?o na maioria de vocês, mas também sabemos das quedas – sorriu. - Ah, mas sim, as mutas... Ganvra me falou que você disse que elas têm alguma liga??o com as els. Sabe que muitos de nós duvidam da existência delas, dessas mutas, n?o sabe?

  - Claro que sei... E assim é porque essa dúvida foi implantada em vocês.

  - Entendo... E sabe dizer qual das mutas está envolvida com essa el em particular? – espetou.

  - N?o!

  - Ora, e por que o anjo n?o sabe? N?o se interessou?

  - N?o quisemos for?ar essa descoberta. Há mutas que s?o muito ciosas de seus desígnios.

  - Entendo. Vocês as temem...

  - Sênior sentiu-se um pouco exasperado com aquele homem. A mente dele estava travada, fechada, e havia ressentimentos demais dentro dele. Poder, viu que era sempre sobre isso que a mente dele ficava cismando e trabalhando.

  Em todo o caso, deixando de lado essa conversa, vai nos devolver a el?

  Sênior suspirou, os olhos fixos no rei.

  - As mutas foram inoculadas com um poder maior do que quando foram criadas – contou com suavidade impressa na voz. – Elas n?o s?o apenas cristais com suspiros e sussurros de um deus; elas est?o habitadas por seres de poder, anjos e dem?nios, todos adormecidos, estando ali apenas como energia que se reconhece. Elas se tornaram muito, muito perigosas, até mesmo para a maioria dos anjos e dem?nios.

  O rei frestou os olhos, sondando a face de Sênior.

  Ent?o, bem lentamente, Sênior tirou de suas vestes um pequeno e largo anel esverdeado, que pulsava com intensa suavidade, como se fosse um convite.

  O anjo viu quando os olhos do rei se esbugalharam de desejo, e como Ganvras fechou as m?os com for?a sobre o punho da espada.

  Assim que a el tocou a mesa sussurros foram ouvidos na sala, o que assustou a todos, menos o rei, que mantinha os olhos vidrados na el.

  Ent?o, de forma brusca, o rei adiantou as m?os na dire??o dela, dela desejando tomar posse. Porém ele parou no meio do caminho, os olhos raivosos presos em Sênior.

  - Me impedirá de tê-la e usá-la para salvar os meus?

  - Ganvras, tome – falou, atirando para ele a el. Ganvras a pegou no ar, a confus?o estampada em seus olhos, voltando-os confusos para o rei, que o observava agora tomado de furor.

  Ent?o o rei se virou para o anjo, que continuava sentado, sério, os olhos pousados nele.

  - N?o entendo... Eu sou o rei e...

  - Quando algo é criado, muitas coisas dele fazem parte, e isso se torna ainda mais forte quando se trata de uma el.

  - Do que você está falando? – vociferou o rei se levantando lentamente, a m?o com for?a na espada.

  - Uma el é elaborada espelhando o poder de algo com que foi ligada, mas n?o é só. Ela também se liga com aquele que a deseja construir, e com aquele que toma providencias para que exista. Está tudo na el, e em um exame simples isso pode ser identificado. Eu vejo a sua energia, Danavar, e ela está na el. Ainda, há uma outra, e ela está fraca e confusa, medrosa. Acho que seu feiticeiro, n?o? Onde ele está, que n?o identifico a energia aqui?

  Ganvras, entendendo o que estava sendo sugerido, virou-se de frente para o rei e se afastou alguns passos para longe dele, a el desaparecendo em suas vestes.

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