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Do ódio à paixão (A história de Pete e Tony)

  Há 6 anos o Tony cruzou o meu caminho, o nosso primeiro encontro n?o foi dos melhores, mas foi um pouco intenso.

  Quando esbarrei nele, várias coisas passaram pela minha mente. Tony transmitia um ar inocente, puro, uma pessoa de bom cora??o, n?o sei porquê, mas apenas sentia vontade de protegê-lo. Aquela tinha sido a primeira pessoa a chamar aten??o dele, sem perceber, o Tony era uma das pessoas que podia amolecer o seu jeito dur?o de ser.

  Enquanto ainda admirava o rosto de Tony, uma voz chamado por mim venho do lado de trás.

  –Pete! Pete! Era Mark chamando por mim, naquele momento n?o deu para me desculpar do Tony. Mark puxou-me em direc??o à sala de aulas. Enquanto nos afastávamos deu para ouvir a voz do Tony sussurrando.

  –Desgra?ado! Nem para pedir desculpas por ter esbarrado em mim, ele consegue.

  Apenas olhei para trás e depois continuei. Tony levantou e seguiu em nossa direc??o. Até aquele n?o sabia que eu veria aquele cara todos dias.

  Quando entramos na sala de aulas, percebi que o Tony também estava entrando na mesma sala que eu e Mark, afinal nós estávamos na mesma turma.

  Enquanto eu me isolava de todos na turma, o Tony era o oposto à mim, ele era um cara alegre, intenso, todo mundo queria fazer amizade com ele. Mas aquilo n?o era de se estranhar, eu meio que assustava todos que queriam se aproximar de mim.

  A popularidade de Tony meio que me incomodava, ele estava disposto a fazer as coisas pelas pessoas e as vezes deixava de lado seus próprios assunto e aquela ingenuidade me incomodava ainda mais. E, principalmente o Dew que se aproveitava do Tony sempre e o Tony fazia qualquer coisa por Dew.

  Olhei fixamente para Dew que estava sentado ao lado de Tony, o jeito dele me causava repulsa, só queria que o Tony percebesse o qu?o ingénuo ele estava sendo.

  –Pete, olhando para aqueles dois novamente? Apareceu Mark batendo no meu ombro, afinal ele era o único na turma que suportava meu temperamento.

  –Hum! Aquele cara n?o vê que está sendo usando pelo Dew? Respondi.

  –Você apenas fica o tempo todo olhando para eles, porquê n?o vai falar com o Tony? Perguntou Mark.

  –Nada tenho a falar com ele, ele que resolva seus problemas sozinho, quem se importa?

  –Okay, Okay! Respondeu Mark com um sorriso pouco convencido. – Vamos jogar uma partida de basquete. Continuou.

  Saímos da sala de aulas em direc??o ao sal?o de basquete, olhei para Tony e me perguntei como alguém pode ver t?o manipulável.

  Certo dia, eu encontrei no Tony no port?o da faculdade e aquilo que era para ser uma conversa acabou se tornando numa discuss?o.

  –Por que você é t?o ingénuo? Sussurrei.

  –Como? Perguntou Tony.

  –Perguntei porquê você é t?o ingénuo?

  –E porquê você pergunta isso?

  –Eu vejo você ajudando o Dew todos os dias e deixando de lado todos os seus assuntos, sua vida gira em torno de Dew. Por quê?

  –O que eu fa?o é deixo de fazer n?o é problema seu. Por favor, n?o se meta nos meus assuntos, cuide apenas dos seus.

  –Se você fica isolado na sala, sem amigos é problema seu.

  –N?o ter amigos é mais saudável do que ter pessoas que só est?o contigo para poder usá-lo.

  Uma briga entre os dois come?ou e chamou a aten??o de todos ao redor. Embora Pete tivesse raz?o, Tony já tinha um crush pelo Dew e faria qualquer coisa por ele.

  Mark apareceu em separou os dois.

  –Pete, Tony! Por favor, parem com essa briga, as pessoas est?o olhando.

  –Eu n?o sei porquê você suporta este cara. Dizia Tony ajeitando sua camisa e depois saiu do local.

  –O que foi isso, Pete? Perguntou Mark.

  –Apenas disse algumas verdades para ele e ficou chateado. Respondi.

  –Você n?o disse que n?o se importaria mais? O que mudou agora?

  –Nada, apenas é insuportável ver o qu?o manipulado ele está sendo.

  –Você gosta de Tony? Perguntou Mark seriamente.

  Por um momento olhei para ele com uma cara estranha, mas como isso seria possível.

  –Que pergunta é essa, Mark? Como eu poderia gostar dele?

  –Todos dias você só fala dele, Tony para cá, Tony para lá, acabo pensando nisso.

  –Vamos para casa e deixe de pensar em coisas sem sentido. Falei isso dando um tapa na testa de Mark.

  O tempo foi passando, o que já era estranho, ficou ainda mais estranho. O Tony havia mudado de água para o vinho. Uma guerra entre nós tinha sido declarada.

  Mas nada mais poderia piorar a situa??o, até que um dia fomos designados a trabalhar juntos num projecto. A briga entre os dois era t?o constante, principalmente pelo facto de que Dew, n?o queria participar activamente do projecto, deixando tudo sob a responsabilidade de Tony.

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  –Pete e Tony, com as vossas brigas, nós n?o terminaremos nunca este projecto. Interrompeu Mark. –E, por favor, Dew, seja mais responsável. Todos temos que fazer isso. Continuou.

  Por um momento as coisas acalmaram, os meninos estavam a entender-se. E, de repente a Kessie apareceu.

  –Boa tarde, meninos!

  –Kessie, o que fazes aqui. Perguntou Pete todo tímido.

  –Venho falar com o Tony! Respondeu.

  Todos olharam para Tony, que conversa a Kessie queria ter com o Tony.

  –Comigo? Perguntou Tony surpreso.

  –Sim, contigo! Podemos conversar em particular por um momento.

  –Volto já. Respondeu Tony levantando da mesa.

  O que a Kessie quer tanto conversar com o Tony e em privado. - pensei.

  –Meninos, volto já, vou ao banheiro. Sai apressadamente.

  –Tony, eu tenho algo a dizer, por muito tempo venho criando coragem para te dizer.

  –O que é? Pode falar.

  –Eu gosto de ti! Faz tempo que eu quero te dizer isso.

  Naquele momento senti meu cora??o quebrado. Eu acabava de escutar o minha paix?o se declarando para o Tony. Mas porquê tinha que ser o Tony, o que de especial ele tem que eu n?o tenho.

  Afastei-me do local e fui ter com os meninos.

  –Sinto muito, mas eu n?o posso corresponder seus sentimentos. Eu gosto de outra pessoa. Respondeu Tony

  –Eu já estava a espera disso, apenas queria que você soubesse, no fundo, ainda tinha um pouco de esperan?a que você me quisesse. -Kessie já falava entre lágrimas e saiu correndo do local.

  –Kessie, Kessie! Gritava Pete, correndo em direc??o dela.

  –O que aconteceu, Kessie? Por que está chorando. Continuou.

  –Nada, n?o aconteceu nada. Respondeu Kessie e saiu.

  Embora eu estivesse triste pela Kessie, eu senti um certo alívio por Tony ter a rejeitado. N?o sei se aquele alívio for por causa da Kessie ou por causa do Tony, era uma confus?o de sentimentos.

  Sai em dire??o ao banheiro e Dew seguiu-me.

  –Pete, nós precisamos conversar. Come?ou Dew.

  –Nós n?o temos nada para conversar. Respondi enquanto saía do banheiro e subitamente Dew bloqueou a saída.

  –Temos sim, você sabe há quanto tempo tenho te observado, desejando que você me note.

  Apenas olhei com mais repulsa para o Dew, ele havia ultrapassado os limites.

  –Como podes dizer isso, se n?o tens considera??o por ti, pelo menos tenha pelo Tony. Continuei.

  –O Tony apenas é alguém apaixonado por mim, que faria qualquer coisa por mim, mas eu n?o me importo muito com ele.

  –Como podes dizer isso de Tony. Como podes ser um cara t?o desprezível. Você n?o merece a considera??o de Tony.

  Uma pequena discuss?o se instalou no banheiro, Tony e Mark correram até lá. Encontraram Pete dando uns socos no Dew, que quando viu o Tony come?ou a fazer uma cena.

  –Tony, ainda bem que você chegou, eu tentei conversar com Pete e ele de repente partiu para cima de mim. Falou todo sínico.

  –Pete, o que se passa contigo, até quando vai essa sua implica??o com o Dew? Perguntou Tony puxando o Dew para junto dele.

  –Quer saber? Vocês os dois se merecem. Uma pessoa idiota como você n?o merece nenhum pingo de compaix?o.

  Saí do banheiro todo chateado, o Tony estava t?o cego pelo Dew, que qualquer tentativa de abrir os olhos dele era t?o inútil.

  Embora n?o estivéssemos bem uns com os outros, conseguimos finalizar o projecto meio à tempestade.

  Uma notícia circulou pela faculdade, Pete, Tony, Mark e Dew eram alguns estudantes indicados para jogar pelo time da faculdade.

  Chegou o dia da partida, embora estivessem num ambiente tenso, eles estavam empenhados em ganhar. Numa jogada, o Dew empurrou o Pete que caiu sobre o Tony que caiu no sal?o quebrando a perna e batendo forte com a cabe?a no ch?o.

  Tony! Tony! Gritei. Ele já n?o podia me ouvir, já estava inconsciente.

  Uma ambulancia foi chamada e Tony foi levado ao hospital.

  –Pare de tentar sempre proteger o Tony, pois ele sempre acabará se machucando. Dew sussurrou no meu ouvido.

  –O que foi que você disse? Você n?o tem cora??o? Levantei, segurando o Dew pela camiseta.

  –Apenas falei a verdade, você é o culpado por Tony estar a caminho do hospital. Continuou.

  –Se você n?o tivesse me empurrado nada disso, teria acontecido.

  –Agora quer jogar a culpa em cima de mim? Seja responsável pelo seus actos. Dew saiu do sal?o sem remorso algum, ele faria qualquer coisa para causar ainda mais desentendimentos entre Pete e Tony.

  Tony ficou inconsciente por um mês recebendo cuidados intensivos. Afinal ele tinha sofrido uma fratura no cranio e uma fratura no olho do joelho, várias cirurgias foram necessárias.

  –Sr. Clark, o senhor é responsável pelo estado em que meu filho se encontra, por favor, n?o apare?a mais neste hospital. Falou Sr. Foxy olhando para mim.

  Apenas ouvi as palavras do Sr. Foxy e saí do hospital. Também me sentia muito culpado pelo estado em que o Tony se encontrava. Apenas queria que ele acordasse do coma. Embora isso signifique que terei que me afastar dele.

  Enquanto saía, uma m?o pegou no meu bra?o.

  -Sr. Clark, desculpe pelo comportamento do meu pai, ele foi um pouco rude com você. Aquele era o irm?o mais novo do Tony, o Geremy.

  -Sei que você está preocupado com meu irm?o, ent?o, sempre que puder lhe darei informa??es para que você possa visitá-lo sem que os meus pais saibam. Continuou.

  E foi assim que eu visitei o Tony durante o tempo em que ele esteve em coma. Aquele era o meu e o segredo de Geremy. Prometemos que ninguém saberia sobre as minhas visitas ao Tony e principalmente o Tony.

  O tempo foi passando o Tony já estava recuperado, fazia seis meses desde que ele sofreu acidente.

  O Dew continuava me atormentando, ele n?o desistiria fácil das suas pretens?es. Após notar a presen?a de Tony na faculdade, correu em minha direc??o e me abra?ou.

  –Dew, o que é isso? Perguntei. Antes mesmo de receber alguma resposta do Dew, Tony apareceu.

  -Ent?o foi por isso que você quis me derrubar, para ocupar o meu lugar? A voz de Tony vinha de trás de Pete e Dew.

  -Tony você está de volta! Sinto muito pelo que aconteceu contigo naquele dia, n?o foi...

  -N?o me dirija a palavra, só sei que te farei pagar pelos 8 meses que eu fiquei no hospital. Era a minha vida que querias? Por quê teve que ir t?o longe? -As palavras de Tony com certeza feriram profundamente o Pete, que já se sentia culpado por aquilo, nada falava além de chorar, o que Tony disse foi como uma flecha envenenada no cora??o de Pete.

  -As suas desculpas e lágrimas n?o v?o pagar o tempo que perdi, n?o ir?o concertar a minha perna, n?o me far?o voltar a jogar basquete. Eu já n?o posso ter uma vida normal, tudo por sua culpa.

  -Sinto muito! Sinto muito! Aquelas eram as únicas palavras que o Pete conseguia proferir naquele momento, dava para ver que ele estava sofrendo muito com tudo aquilo.

  -Sentir muito n?o vai mudar o facto de que eu n?o serei mais eu mesmo.

  -Tony, por favor, pare com isso, às pessoas est?o olhando este espectáculo gratuito. O Pete está arrependido por isso, por favor, reconsidere. -O Mark tentava apaziguar os animos. Naquele momento os dois envolvidos estavam t?o machucados que n?o podiam resolver o problema.

  –Tudo bem, eu realmente sinto muito pelo o que aconteceu naquele dia, espero que algum possa me perdoar. Falei aquilo, virei-me e fui embora. N?o importa o que eu dissesse, o quanto eu tentava me desculpar, o Tony estava cego pelo ódio.

  Nos últimos anos, fizemos de tudo para que nenhum dos dois cruzasse o caminho do outro. Nenhum professor nos colocava no mesmo grupo de trabalho e foi assim até o dia da forma??o.

  No dia da nossa forma??o, tentei me reaproximar do Tony, aquela seria, talvez, a última vez a nos vermos, eu n?o queria viver com a peso da culpa.

  –Tony, podemos conversar?

  –Nós n?o temos nada para conversar. Hoje é possivelmente o último dia a nos vermos, e espero nunca mais ver a sua cara. Tony falou isso e saiu em direc??o aos seus Pais.

  Depois daquele dia, nunca mais vi o Tony.

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