A porta metálica se fechou atrás dele com um rangido longo e rouco, como se estivesse selando um destino. O interior era ainda mais frio, e o leve som de um trem ao longe parecia ecoar por todo o espa?o, apesar de n?o haver sinal algum de trilhos ou vag?es.

  47 avan?ou com cautela.

  O ch?o era de metal polido, refletindo a fraca ilumina??o azul do teto. à frente, uma plataforma ampla se estendia, meio escondida pela neblina espessa que surgia do ch?o. Havia bancos enferrujados, p?steres antigos colados nas paredes e uma escada de emergência que levava a lugar nenhum.

  Ele olhou em volta. N?o havia saídas visíveis além daquela por onde entrou.

  E ent?o... ouviu passos. Leves, quase imperceptíveis, mas reais.

  47 se virou rápido, pronto para correr ou lutar.

  — Finalmente chegou — disse uma voz suave, feminina.

  Uma mo?a emergiu da neblina como se tivesse saído de um sonho. Trajava roupas pretas ajustadas ao corpo, com botas altas e um cachecol esvoa?ante que dava um toque elegante e misterioso. Os cabelos eram escuros e caíam sobre os ombros em ondas suaves. Os olhos, intensos, pareciam conhecê-lo profundamente.

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  47 n?o respondeu de imediato. A testa franzida revelava a confus?o.

  — Eu te conhe?o? — perguntou ele.

  Ela sorriu. N?o era um sorriso qualquer. Era como se estivesse diante de alguém querido que finalmente retornara de uma longa ausência.

  — Você ainda n?o se lembra... mas vai lembrar. Eu sou quem te esperava, 47.

  — Esperava...? Quem é você?

  — Isso virá com o tempo. Mas por enquanto, precisa sair daqui. Você corre perigo.

  Ela se aproximou, estendendo a m?o. 47 hesitou, mas algo no olhar dela o acalmava. Ele deu um passo à frente, ainda cauteloso, mas curioso.

  — Por que me ajudar?

  — Porque eu prometi... à sua m?e.

  A frase caiu como um trov?o dentro dele. A palavra "m?e" soou distante, como uma lembran?a há muito apagada. Seu cora??o acelerou.

  — Espere... o que você sabe sobre ela?

  Ela apenas virou-se e apontou para uma escotilha metálica no canto da plataforma, antes de desaparecer pela neblina.

  47 correu atrás dela, mas... já n?o havia sinal. A escotilha estava entreaberta.

  Ele olhou uma última vez para a plataforma, ent?o desceu.

  Sabia que nada seria igual dali em diante

  Ou tu acabou de ver o capitulo 4.

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