'Onde estou?' Penso comigo mesmo.
Um vazio... isso é tudo que eu consigo ver. N?o há nada em nenhum lugar onde eu possa olhar. N?o há nada que eu possa ouvir.
De repente, uma luz branca emerge em meio ao vazio.
Passo um tempo observando a luz. Apenas ela em meio ao nada. N?o consigo lembrar da última vez que comer e beber. Mas, no meu estado atual, n?o é como se eu sentisse fome ou sede aqui.
A luz come?a a se expandir. N?o sou capaz de discernir quanto tempo passou, se foram segundos ou anos.
De repente, sou capaz de sentir meu corpo novamente, mesmo que n?o o tenha, ou que n?o consiga vê-lo. Agora também consigo ouvir meus próprios cora??es cardíacos. Isso me assustou, o que, acima de tudo, me deixou nervoso; eu já estava acostumado com o silêncio.
A luz se aproxima ainda mais e come?a a envolver o meu corpo, o ambiente, que outrora fora escuro, agora estava claro e um pouco avermelhado, junto com isso, o frio também foi substituído por um calor aconchegante.
De repente, uma voz ecoa pelos meus ouvidos. "Parabéns, é um menino."
Pisquei o olho várias vezes na tentativa de me adaptar a luz intensa ao meu redor, o vazio havia se dissipado completamente revelando formas e núcleos. O calor aconchegante come?ou a envolver todo o meu corpo, atualizando o frio opressivo de antes.
"Parabéns, é um menino,"
Essas palavras ainda ecoavam em minha mente. Eu tive a sensa??o de estar renascendo, mas onde exatamente eu estava? O que era essa realidade ao meu redor? Meus sentidos retornaram e vozes e passos puderam ser ouvidos.
Uma luz forte e intensa discreta, n?o ao ponto de desaparecer, mas agora eu era capaz de enxergar, mesmo que n?o perfeitamente, como se fosse a primeira vez que abria os olhos na vida. Percebo que estou deitado ao lado de uma mulher enorme, ou assim pensei, até perceber que na realidade eu era quem era menor.
"Ele é a sua cara." Uma voz masculina pronuncia isso.
"O que é isso?" Tentei pronunciar, mas nada saiu da minha boca.
"Nhe Nhe..." Come?o a ouvir um choro de bebê, mas n?o está longe de mim, é como se eu mesmo estivesse chorando.
"Veja o que você fez!" Ou?o uma voz novamente, mas, diferente da última vez, era uma voz feminina.
Acabei percebendo que minha mente estava presa ao corpo de um bebê. Seria isso uma vis?o? Ou estou alucinando?
Depois de um tempo pensando sobre o que aconteceu eu finalmente entendi.
"Eu renasci!"
N?o imagino que isso fosse possível até que realmente acontecesse.
Agora... como posso saber que n?o é a primeira vez? Claramente lembro de já ter vivido, mas n?o me lembro de nada da minha vida passada. Bom, acho melhor n?o pensar nisso por agora; n?o posso fazer nada no meu estado atual.
Percebo que o choro acabou, n?o entendi por que ele havia come?ado, mas acho que isso é normal para um bebê.
"Ele parou de chorar." Novamente ou?o uma voz feminina, dessa vez percebo que é da mesma pessoa que outrora confundi com uma mulher enorme. Aparentemente, esta é a mulher que me deu à luz.
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Essa foi a única coisa que ouvi antes de tudo apagar novamente. Percebo que minha consciência n?o desapareceu mesmo que meu corpo estivesse adormecido. Percebo que a língua falada por essas pessoas é diferente da que eu estranhamente conhecia, talvez seja um pensamento atrasado, já que n?o consegui entende-los desde a primeira vez que ouvi.
Alguns meses se passaram, continuei levando uma vida normal de um bebê. Com aproximadamente nove meses consegui minha primeira conquista nesse mundo, pronunciei minha primeira palavra "Sui-ki". Eu n?o sabia o que significava, mas fiquei feliz e orgulhoso com essa conquista. Eu n?o só fiquei feliz, como também meus pais, N?o entendia exatamente o que eles estavam dizendo, mas eles ficaram bem eufóricos com isso.
Passei os próximos três meses me dedicando a aprender o idioma falado e no meu aniversário de um ano meus pais fizeram uma pequena festa, n?o teve muita gente, apenas algumas pessoas da família, lá conheci alguns dos meus parentes, mas minha memória ainda n?o era boa o suficiente para lembrar seus nomes, mas ainda consigo lembrar um pouco da aparência de alguns deles.
Minha família mora em uma pequena cidade de Nyxoria, um país com terrenos variados, possuindo vastas florestas. Esse é o lugar com maiores números de aventureiros do país.
Nyxoria é um dos quatro países de Solara, um dos nove continentes desse planeta, Solara é um continente militar, governado por um concelho criado pelos reis e rainhas de cada um dos quatro países.
Já estou neste mundo há cinco anos, descobri que aqui, diferente do mundo do qual eu vim, os seres vivos conseguem usar magia, eu já tinha um conhecimento avan?ado sobre o assunto se comparado às crian?as da minha idade, talvez tenha sido causado pela minha curiosidade em rela??o ao assunto, e também pela facilidade de achar informa??es sobre o assunto em Solara. O próprio país incentiva a transmiss?o dessas informa??es, talvez porque isso fa?a parte da economia dele.
Entre os cinco e dez anos de idade as pessoas podem despertar um 'núcleo' que fica em volta do cora??o, que utiliza das veias para conduzir mana para todo o corpo.
Existem diversas formas de usar mana, mas as mais comuns s?o: criar e manipular elementos e/ou objetos, ou aumentar atributos físicos. Em Solara a grande maioria dos países é constituído por humanos, com exce??o de Arctis, um país separado entra os elfos negros e os humanos.
Elfos negros s?o uma das espécies de elfos que preferem viver em lugares com temperaturas frias, acho que se adaptaram a isso pois queriam se distanciar dos outros elfos.
Os elfos negros também participam do conselho de Solara, mas n?o se envolvem diretamente em rela??es com os outros países, apenas mantendo um acordo de paz.
Em Solara, as chances de 'despertar' um núcleo s?o de um a cada dez pessoas, considerada alta entre a maioria dos continentes. Se você vai ter ou n?o um núcleo é definido no momento em que você nasce, mas só dá para saber se você terá ou n?o um no momento em que desperta.
Quanto fiz cinco anos, ganhei um 'staves' de presente do meu pai (Orion Lancaster)." Já tem idade para despertar um núcleo, ent?o já pode come?ar a treinar" Foi o que ele disse. Aparentemente essa é uma pratica da família Lascarter. Minha m?e brigou com ele quando ele me entregou aquele presente. " Ele é apenas uma crian?a"
Dito isso, eu realmente comecei a treinar esgrima com ele. A família Lancaster tem um estilo de esgrima próprio, visando imobilizar e incapacitar o oponente, esse estilo é chamado de: Lamina carmesim.
Durante dois anos eu vi todas as técnicas desse estilo de esgrima e consegui replica-los, mesmo que com uma precis?o e eficácia inferior do que usuários médios desse estilo.
Em geral, suas técnicas consistem em golpes direcionados e precisos em pontos específicos, logo, também tive algumas aulas de anatomia geral durante os intervalos, para aumentar ainda mais minha precis?o.
Aos sete anos, meu núcleo despertou, logo percebi que minha mana tinha uma colora??o 'azul oceano' o que quer dizer que tenho afinidade com o elemento água. Meu despertar ocorreu durante uma das se??es de treinamento com meu pai, ao acontecer percebo uma aura na cor roxa, ao redor do meu pai, ao despertar, também fiquei com uma febre extremamente alta, meu corpo perdeu for?as e caiu.
Correndo em minha dire??o, meu pai me pegou no colo e percebeu a presen?a de mana em minhas veias e artérias, ele envolveu o meu corpo com sua mana e conjurou: 'igni', normalmente, todo ser humano possui uma camada de prote??o que n?o pode ser atravessada por qualquer magia que interfira na mana do usuário, mas, talvez pela minha fragilidade no momento e pela diferen?a de for?a entre nós, senti minha própria mana se misturar com a dele, envolver meu corpo e lentamente se resfriar.
Eu já conhecia esse encantamento, ele n?o manipula a mana do alvo, apenas a do usuário e é inútil ofensivamente, pois faz apenas com que a temperatura do alvo se estabilize. Essa é uma magia comum para manipuladores de 'espírito'.
Tive uma sensa??o que nunca havia sentido na vida, minha própria mana era como uma gota de água em meio ao oceano da mana atmosfera, mas, diferentemente de mim, meu pai possuía uma quantidade absurda de mana.
Encerramos o treinamento ali.
Quando minha m?e chegou, ela foi contagiada pela empolga??o do meu pai. Seus olhos brilhavam de orgulho e alívio ao saber que eu havia despertado um núcleo.
"Ele está crescendo t?o rápido," disse ela com um sorriso caloroso em seu rosto, acariciando minha cabe?a com carinho.
"Sim, Elara," respondeu meu pai. "Ele está mostrando o potencial de um Lancaster. Acredito que ele já esteja pronto para ir a uma escola de magia a partir de agora."
Minha m?e assentiu, mas seu olhar de preocupa??o n?o passou despercebido por mim. No fundo, eu sabia que eles estavam felizes por mim.
Essa conversa despertou uma curiosidade em mim. 'Aprender magia,' esse era um termo que eu já conhecia, mas n?o esperava que ele estivesse falando em me matricular em uma escola de magia. Nesse mundo, n?o há uma necessidade de ir à escola; os pais s?o quem ensinam tudo que os filhos precisam saber, desde o básico ao avan?ado. Mas, por magia n?o ser algo comum para todas as famílias, existe uma escola para ensinar isso.
Passei cerca de um ano treinando como controlar mana com o meu pai. Descobri também sobre a varia??o de elementos. No geral, existem oito elementos principais, cada um com suas próprias raridades. Alguns deles possuem varia??es, que podem ou n?o ser aprendidas por usuários de determinado elemento. Também há a chance de despertar com mais de um elemento, mas esses casos s?o extremamente raros. Cerca de um a cada um milh?o de pessoas desperta com dois elementos e s?o considerados gênios assim que despertam.
Por n?o ser algo muito comum, as escolas eram muito longe, mas por esse motivo, elas forneciam tudo que um aluno pudesse precisar.
Atualmente, eu tenho oito anos e estou no port?o de casa, prestes a sair em dire??o à Academia Arcana de Eldria. Sim, uma escola em outro país. N?o existem muitas escolas de magia em Nyxoria, e Eldria também é onde meus avós por parte de pai moram. Eu também acabei descobrindo que a família Lancaster é uma família nobre. Fiquei surpreso com essa notícia. Aparentemente, essa é uma família com maiores chances de ter magos em sua linhagem.
De repente, Orion se aproxima de mim e se ajoelha, colocando firmemente suas m?os em meus ombros. Seus olhos, normalmente cheios de determina??o, agora mostravam uma mistura de orgulho e saudade.
"Hoshigaki, sei que você está pronto para isso. Acompanhei seu treinamento de perto e sei que você é muito mais forte do que aparenta. Sei que quando você voltar, já será um grande mago e um verdadeiro Lancaster." (Assim como o sobrenome da família, para ser realmente reconhecido, além da linhagem de sangue, o membro da família também tem que ser um praticante da técnica de luta da família: 'Lamina Carmesim'.)
"Eu vou, pai. Prometo me esfor?ar ao máximo para honrar a nossa família."
Elara, com lágrimas nos olhos, me abra?a com ternura. Ela acaricia suavemente os meus cabelos, tentando segurar a emo??o.
"Meu querido, você está crescendo t?o rápido. Vou sentir tanto a sua falta. Cuide-se e n?o esque?a que estaremos sempre aqui por você. Escreva para nós sempre que puder, ok?"
"Vou sentir saudades, m?e. Prometo que vou escrever. E vou me lembrar de tudo o que vocês me ensinaram."
Orion se levanta e, com um sorriso carinhoso, diz: "N?o se esque?a, filho, estamos com você, n?o importa a distancia."
Eu me levanto e, antes de entrar na carruagem que estava esperando do lado de fora, dou um último abra?o em meus pais.
"Adeus, pai. Adeus, m?e. Vou voltar como um grande mago, prometo."
Depois disso, parti em uma longa viagem junto com dois cocheiros e um guarda da família Lancaster em dire??o à casa de meus avós, em Eldria.