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NOVA FAMÍLIA - hora sexta após a queda

  Foi dessa forma, como uma pálida luz na escurid?o. E nela eu me salvei.

  - Ent?o você tem piedade deles? – ouviu atrás de si, a voz suave parecendo ter algo com a brisa que toca pregui?osamente uma nuvem no céu profundamente azul.

  Se virou devagar e deu de cara com a demiana, que o avaliava com cuidado, as m?os cruzadas no peito.

  - Sei que parecerá absurdo o que vou dizer – falou se aproximando, sentando-se numa ponta mais alta da rocha, o que quase o deixou no nível da demiana, - mas vida é vida. é tudo cria??o DELE.

  - Mas, você n?o foi jogado aqui? – perguntou curiosa, se sentando ao seu lado.

  - Fui, mas n?o por ELE, nem ao menos por ordem DELE.

  - Pela ina??o ou indiferen?a dele, ent?o.

  - N?o, nem isso. Pela minha escolha, que ele amorosamente respeitou.

  - N?o parece loucura, isso o que ele disse? – veio uma voz do lado direito deles, que se aproximava lentamente.

  Gadhiel n?o pode deixar de rir.

  - N?o se assuste, nem fique com raiva, demiana. Essa dêmona se chama Layla, e parece que fazemos um grupo – riu novamente, o que a demiana estranhou mais ainda.

  - N?o somos um grupo, Gadhiel mergulhador – ela falou.

  - Ah, uma dêmona da superfície – a demiana exprimiu após se virar e examinar rapidamente a mo?a que se aproximava. Compreendendo a uni?o dos dois, novamente se acalmou.

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  - Achei que n?o fosse me procurar mais, Layla.

  - Sabe que pensei nisso, Gadhiel? Mas te vi resgatando alguém e a protegendo, e vi que faz isso de cora??o. Tem certeza de que foi empurrado para cá e que n?o te deixam voltar? – riu por sua vez, postando-se à frente dos dois.

  - Certeza absoluta...

  - Gadhiel... – riu a demiana, o rosto já corado brilhando no dourado do sol nascente, – o rebelde, o que n?o aceita cair? – reconheceu. - Uauuu... Quantas vezes já te jogaram lá do céu?

  - Ele disse que já foram mil vezes...

  - Vai ver que é por isso que n?o te deixam voltar. Mentir é uma falha de caráter... – repreendeu divertida.

  - Hummmm... Quantas vezes você sabe? – Layla perguntou para a demiana.

  - Muitos comentam sobre ele, e virou até uma divers?o por lá. Quando percebem que ele está para tentar muitos se acotovelam para ver. é um evento muito disputado. Eu mesma disputei um lugar algumas vezes para assistir. Foi muito bom – sorriu. – Já fizeram até uma banca de jogo por causa dele...

  - Sério? Uma banca de apostas? – espantou-se. - Essa é nova. E deu problema para eles?

  - Ah, deu algum, sim. Mas, acabaram só advertidos. E lógico que ficaram responsáveis pela faxina durante um bom tempo – riu.

  - E quantas vezes ele caiu, pelo que você sabe? – Layla insistiu.

  - Mil e quarenta e sete? – falou como se pedindo confirma??o para Gadhiel, que mantinha a cara de inocente.

  - Ah, está bem... – capitulou. – Mil e cinquenta e uma...

  - Está brincando, n?o? Mil e cinquenta e uma vezes? – Layla abriu a boca, espantada.

  - Viu? Deixou sua amiga assustada – ralhou a demiana.

  - Amiga? – sussurrou Layla enrijecendo os músculos da face, os olhos úmidos e assombrados.

  A demiana a olhou comovida, e baixou o rosto em respeito.

  - Meu nome é Sekhmet, e é um prazer estar com vocês. E obrigada por cuidar de mim, Gadhiel.

  - O prazer foi meu Sekhmet. E n?o fique deixando a Layla sem gra?a. é uma das melhores guerreiras que já vi. Ent?o, cuidado com ela, menina – riu feliz.

  - Sabe de quantos será a queda desta vez, Sekhmet? – Gadhiel perguntou, observando que agora as quedas estavam mais espa?adas.

  - De alguns milhares – contou. - As famílias e os mais poderosos foram alijados primeiro. Logo v?o come?ar a esvaziar as pris?es com os de menor poder e... Ah, você está de brincadeira. Você vai mesmo? De novo?

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