é muito novo ainda, tenro, n?o testado. Por isso n?o consigo saber ao certo de que material foi feito, mas certamente dá para ver que foi do cora??o de um deus.
- é aqui, ent?o? - Ovandriel perguntou.
- Vocês já sabem?
- Sim, Gadhiel, já sabemos, e estamos nos preparando para os tempos que est?o se aproximando. Que bom que est?o por aqui – parabenizou, a satisfa??o fluindo em seu rosto. – Qualquer coisa, meu amigo, é só chamar – se despediu, olhando com reverência para a montanha cortada, enquanto subia lentamente.
O viram flutuar lentamente sobre a montanha.
Ent?o, com um silencioso impulso, se perdeu além das nuvens.
Os dias foram passando, suaves e tranquilos, sempre vigiados. E todos sabiam que, nas montanhas ao redor, n?o estavam sós. Ovandriel aparecia de vez em quando, ficava um pouco e logo se ia.
Mas, tudo era mantido na maior discri??o, poucos anjos feitos sabedores do que estava reservado para acontecer ali.
Os dias se acumularam em meses, que foram se somando pregui?osamente, e os anjos foram resumindo sua guarda, até que se foram, só Ovandriel aparecendo uma vez a cada sete dias, sempre com a mesma regularidade.
Se no princípio ele logo ia embora, lentamente ele foi se demorando cada vez mais, até que passou a ficar alguns dias com eles, rindo e brincando, sendo feliz ali, como era típico das almas dos anjos mais antigos, ao menos de alguns, pois que a maioria perdera essa capacidade e passará a ser séria como os novos, sempre preocupados com seus afazeres.
Foi no dia seguinte ao da última partida de Ovandriel que o ar pareceu estar crestado, logo pela manh?, apesar do dia estar acabrunhado.
Todos saíram e ficaram olhando, notando que havia algo diferente no ar, algo diferente nas montanhas.
Desconfiados de algo estava prestes a acontecer os treze se puseram em alerta, com seus sentidos agu?ados examinando tudo ao redor. Após a sondagem ficaram mais tranquilos, confirmando que nenhum dem?nio ou ser da escurid?o podia ser encontrado.
Num determinado momento um som cavo se fez ouvir no céu, ecoando pelas montanhas. Era um som grave como uma vibra??o, só que sugerindo suavidade e alegria, como algo novo sendo desvelado.
Com os cora??es tomados de luz voltaram os olhos para o céu, e o que viram os deixou maravilhados.
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Como se surgissem magicamente de muito alto miríades de colunas de um fogo brilhante e frio foram avistados baixando à terra. Eles desciam suaves e ficavam como que suspensos a alguns centímetros do solo ou da superfície do rio. Ent?o, como se obedecessem a um sinal, de forma seca foram impactando os campos e o rio, mas sem que esses impactos ofendessem ou machucassem a terra ou as águas.
N?o havia poeira ou espuma de água, nem fogo ou matos queimados, mas apenas aquelas colunas de luzes que iam arrefecendo com suavidade seus brilhos.
Quando a última luz se foi havia centenas de seres no campo e outras muitas dezenas na água, essas no rio com as caras e parte do tronco parados na flor da água, apesar do movimento das águas em dire??o ao norte.
E eles tinham formas muito variadas, a grande maioria menores que a dos anjos, e seus corpos, apesar de possuírem membros, eram totalmente diversos. Eles apresentavam peles de vários tons, e muitos deles estavam cobertos de pelos, como se cobriam deles vários dos animais. Havia alguns gigantes e seres entroncados, e outros que misturavam as formas dos anjos com as formas dos animais, e até mesmo dos dem?nios. Os olhos também eram de diferentes formas e de variadas cores. Alguns deles tinham os cabelos vermelhos em fogo, como parecia que tinham a capacidade de chamarem as chamas para todo o corpo; e havia outros que sugeriam uma grande rela??o com as plantas e a própria terra; muitos com a água, que pareciam comandá-las, e alguns outros com o próprio ar. E, em vários deles, da água, fogo, ou ar ou terra, viram que possuíam magníficas tatuagens de linhas arabescadas, quais gavinhas, impressas nos corpos, em partes diversas deles, até mesmo nos rostos, e imaginou que elas poderiam se incendiar como rios de fogo ou se encher de um verde febril, ou até mesmo se encher de prata como água correndo em uma fina calha iluminada pelo sol, dependendo de seus animos ou dos pensamentos que os movesse.
Mas viram que todos eram belos, e viram também que era muito bom estar na presen?a deles.
Os treze olhavam maravilhados aqueles seres descidos do céu, que até mesmo os anjos n?o conseguiam ignorar.
- O UM esteve aqui – Tueris suspirou tomada de fervor, os olhos marejados, sondando o ar sobre as novas criaturas.
Mas trouxe logo sua aten??o para elas, porque elas, subitamente, iluminaram seus antes apagados e opacos olhos, como se n?o tivesse ainda algo que os animasse. Como seres infantis eles estavam examinando o que havia ao redor deles, como aqueles que veem algo pela primeira vez, com isso se alegrando.
Ent?o enxergaram os treze seres estranhos que estavam à frente. Em silêncio foram se ajuntando, na terra e no rio, um grande círculo em torno daqueles anjos, os olhos fixos numa menina que parecia em transe.
Ficaram ali, em silêncio, como se alguém, através da menina, estivesse a lhes contar algo, pois que, de quando em quando, moviam a cabe?a, como que para sinalizar que estavam atentos, tal como a menina, que movia a dela algumas vezes.
Gadhiel, vendo seus olhos, voltou-se confuso para os seus amigos. Os olhos das criaturas pareciam ter ficado vazios novamente, inexpressivos, e a aten??o deles n?o parecia estar na terra, mas em vis?es for a de seu alcance.
Eles eram seres como nunca tinha visto, e tinha certeza de que nenhum dos que estavam ali os vira antes também, ou deles tivera qualquer conhecimento.
Tal como os outros, resolveram n?o tocar na mente deles, até saber o nível de resistência que teriam. N?o queriam ofender as novas cria??es.
Subitamente, para maravilhamento deles, assim que a menina saiu de seu transe os olhos deles se encheram outra vez de luz viva, como se a consciência agora repousasse vibrante neles.
E eles mostravam claramente que tinham consciência deles.