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ATAQUE AO CORAÇÃO

  Mas alguns buscaram uma experiência ainda maior, e desceram demais.

  A espada está próxima de cumprir seu destino. Só mais um pouco, que rezo que lhe seja dado esse tempo. Só mais um pouco...

  I

  Quando penetraram no sistema de Satania houve como que um silêncio terrível, olhos maldosos espreitando das sombras que eram, enquanto legi?es de anjos observavam das distancias.

  Com uma lentid?o pensada e macabra eles entraram no sistema e estabeleceram um refúgio no quarto planeta de onde, numa tensa tranquilidade, estudaram todo o sistema e, principalmente, as três irm?s.

  O refúgio era um monte alto e suave aos pés do qual construíram uma cidade, que chamaram de Mardras, enquanto o monte foi esculpido como um rosto humano, sua face voltada para Aden.

  Haamiah sorriu, ao ver que uma extensa esfera de solid?o se instalara à volta do refúgio. Por isso, foi com estranho prazer que viu Lúcifer e sua legi?o descer um pouco distante do refúgio, quase na base de um enorme vulc?o.

  - O que deseja? – quis saber, examinando com divertimento os olhos arrogantes de Lúcifer.

  - Vim para conversar com Sênior.

  - é mesmo? – riu Haamiah. – Caíram um pouco mais na escurid?o, n?o caíram?

  - N?o tanto quanto vocês, velho irm?o, pelo que fiquei sabendo. Agora, vá avisar Sênior que estou aqui...

  Haamiah pendeu o rosto e observou a legi?o organizada atrás do anjo vermelho.

  - Vocês ouviram que para ele tudo é só sobre ele? Ele está aqui, ouviram isso? Ele nem mais os considera – riu novamente.

  – Haamiah n?o serve a você, muito menos a mim – falou Sênior impactando com secura o ch?o, logo à frente de Lúcifer. Em pouco tempo os quatorze estavam ali, reunidos, encarando os que agora viam como caídos. – O que deseja aqui, Lúcifer?

  - Vim,... viemos oferecer a oportunidade de se juntarem a nós – se retratou, os olhos passando com desprezo por Haamiah. - A luta que trava, como agora trava, chamou a minha aten??o, e vejo valor nela.

  - N?o deveria – rebateu Khyah. – N?o vemos valor na luta que vocês travam.

  - Como? – Lúcifer quase se engasgou, pois n?o estava acontecendo o que esperara.

  - Vocês lutam como escuros, de forma vil e covarde – sorriu Castiel. - N?o nos interessa nos juntarmos a vocês, como também n?o nos interessa que se juntem a nós.

  Uma onda de protesto varreu as hostes de Lúcifer, enquanto o mesmo se mantinha tenso, avaliando os tardischs, avaliando os olhos tranquilos e atentos de Sênior.

  - Se n?o somos aliados ent?o...

  - Ent?o vocês s?o apenas um obstáculo para nós, se permanecerem no nosso caminho – completou Sênior, a voz agora fria, tensa e dura.

  Lúcifer inspirou lentamente o ar, fazendo um sinal para os seus que, sob protesto, se foram do planeta.

  - Que assim seja ent?o, e assim será, enquanto lutarem contra as sombras e contra os anjos acomodados. Quando...

  - Quando desejarem tentar nos bloquear, será necessário que apenas surjam na nossa frente - Uriel interrompeu Lúcifer, que soltou uma risada.

  - Que assim seja, ent?o – falou, sua voz se arrastando rapidamente pelos vales e ravinas profundas.

  Sem mais qualquer palavra Lúcifer se elevou num átimo, se juntando aos seus e saindo de Satania. De um planeta em chamas, na órbita próxima de uma gigante vermelha ficou observando o desenrolar das a??es em Satania. A escurid?o havia tomado aqueles lugares, e logo os anjos iriam surgir, tinha certeza. Lúcifer riu para seus sequazes, pois contava com grandes momentos de divertimento.

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  II

  Aden revolucionava abaixo, meio adormecida pela escurid?o que se inoculava nela.

  Tal como ocorrera em Mitra, os tardischs, para estranheza da escurid?o que lá se estendia, nas terras do norte instalaram uma base, que chamaram de “Plataforma”. Até mesmo quando a fortificaram com artes angélicas a escurid?o n?o se atreveu a atacar, mantendo os dois complexos, o refúgio e a plataforma, sob intensa observa??o.

  Mas toda essa falsa paz se estilha?ou quando os tardischs observaram a escurid?o. Os escuros pressentiram o perigo quando viram imensas legi?es de tardischs sobre Mitra, enquanto mais milhares deles se levantaram do refúgio e com eles se juntaram.

  Preocupados, os escuros seguiram a imensa onda que rumava lentamente para o outro lado do planeta, em dire??o à cidade Marrom dos escuros, levantada em uma grande ilha do noroeste.

  Dezenas de tardischs desceram no pátio da cidade no início daquela tarde fria, enquanto Sênior e os outros treze mais chegados entraram no edifício, interferindo na assembleia que ali iria se desenrolar, assembleia que os escuros haviam convocado justamente para tratar do assunto em que eles próprios eram o tema.

  - Vocês devem partir de Satania – Sênior falou para os escuros reunidos em assembleia, assim que parou à frente dela.

  Ele estava em paz, as m?os cruzadas à frente do corpo, secundado pelos outros tardischs.

  Um grande ser escuro de modos brutos e pausados, que presidia a assembleia, encarou com divertimento os tardischs.

  - Nós os vimos seguindo. Realmente, vocês s?o bons guerreiros, mas agora vejo que deve ser porque s?o loucos. Vocês s?o muito poucos para nos afrontar assim.

  - Vocês foram avisados. Esperamos, sinceramente, que se v?o – falou, fazendo men??o de se retirar.

  - Héim, só isso? V?o avisando e partindo? Uuuuuu... Sinal de medo? Mas n?o tenham, eu prometo que ser?o bem tratados. E, para provar isso, que tal um banquete? Isso, um banquete de confraterniza??o. Ah, e eu insisto. Venham – convidou se levantando.

  Sênior, que se voltara para encará-lo, viu que desfraldavam os panos acinzentados pendurados no teto, deixando-os despencar no piso.

  Assim que a vis?o ficou desimpedida viram que havia uma longa mesa de pedra guarnecida com inúmeras cadeiras largas e pesadas. Sobre a mesa se viam várias vasilhas que brilhavam na luz do sol dourado.

  Sênior sentiu um frio espalhar por sua coluna, ao imaginar o que poderia ser. Com determina??o manteve sua paz interior, fazendo sinal para os outros assim também se deixarem ver, ignorando o cerco que os dem?nios faziam à volta deles, mesmo considerando que mantinham um largo anel vazio entre eles.

  A for?a e determina??o que tiveram que fazer para se manterem em paz foi enorme. Com movimentos teatrais o que comandava a assembleia levantou a tampa de uma vasilha, que tinha em si um bloqueio de energia para n?o se mostrar.

  Sênior estreitou os olhos, segurando sua m?o para que n?o sacasse vintana e atacasse.

  à sua frente, arrumada dentro da vasilha como um alimento, havia uma m?nada, que pulsava fracamente.

  - Sabem, as outras vasilhas est?o vazias. Já contaram o número em que se apresentam? Quatorze – ele riu. – Uma para cada um de vocês. E, para que n?o restem dúvidas, que vejam nosso poder.

  Dito isto, a um movimento seu, como se um véu tivesse sido levantado, por toda Satania centros prisionais foram se mostrando, onde milhares e milhares de m?nadas aprisionadas foram postas a descoberto.

  Sênior abriu um sorriso, maldoso, frio, bem como os outros tardischs. Sob os olhos preocupados do comandante da assembleia e dos outros dem?nios, viram suas m?os avan?ando para as espadas, enquanto o comandante se perguntava se n?o havia sido induzido a mostrar onde os armazéns de m?nadas estavam instalados.

  O ataque dos tardischs foi terrível. Os golpes eram violentos e irresistíveis, destro?ando, cortando, esmagando.

  Naves surgiram na órbita do pequeno planeta, acorrendo em auxílio aos dem?nios que estavam sendo dizimados por todo o planeta.

  Sênior, com um grito de advertência, viu as naves se preparando para atacar.

  Porém, antes que conseguissem chegar às naves, elas despejaram terríveis jatos de energia contra o planeta.

  Mitra foi convulsionada e seus rios levantados. Vulc?es explodiram com o aumento violento de energia, e tudo o que havia, sobre o solo ou dentro dos mares, foi chacoalhado e convulsionado.

  Sênior gemeu de dor quando imensos jorros de plasma atingiram os mares e vaporizaram grandes por??es deles, levantando-os para o espa?o, onde grandes massas de água se perderam.

  Os tardischs, tomados de fúria, atingiram todas as naves e todas as cidades dos escuros, dizimando cada nicho de escurid?o no entorno de Mitra, que agora se mostrava em grande agonia.

  Foi ent?o que eles voltaram seus olhos e sua fúria para Aden e Vintra.

  Metodicamente eles foram atingindo todas as bases, em pouco tempo destruindo todas as naves que havia em Satania.

  Após livrar o sistema de todas as naves escuras, em três equipes se dividiram, sendo que cabia à Haamiah, Amadiel, Jophiel, Anaita, Zaniel e Angelina, à frente de muitos milhares de tardischs, a responsabilidade de manterem o sistema bloqueado para qualquer nave de outros sistemas, enquanto Sênior, Azazel e Uriel, também à frente de muitos milhares de tardischs, cuidavam de dar combate na superfície de Aden. Já Castiel, Dangelo, Melchior, Khyah e Jasmiel, juntamente com o restante dos tardischs, respondiam por livrar Vintra de qualquer escuro que ali encontrassem.

  Talvez essa tenha sido a guerra mais longa e cruel em que os tardischs se envolveram, porque tinham que cuidar para que os planetas sofressem o menos possível, de que se aproveitavam os escuros para a prolongar. Mas, ao fim, os escuros debandaram, deixando para trás toda Satania em inauditas dores.

  Sênior, após passar na espada o último dos escuros, na superfície de um minúsculo planeta, t?o distante do pequeno sol que quase lhe escapava, olhou para dentro do sistema. Apesar de saber de toda a destrui??o que fora espalhada por Satania seu cora??o se alegrou um pouco, se dizendo que a quantidade de m?nadas que haviam libertado era realmente memorável, e como agora poderiam todos respirar mais aliviado, porque n?o se via mais escuros ali. Agora, tinham que cuidar para que o sistema se recuperasse; agora, ele se disse, eles tinham que ajudar as três irm?s a se curarem.

  E isso durou bastante tempo, até que viram a escurid?o avan?ar contra um sistema, numa proximidade preocupante de Satania, para onde os tardischs voltaram sua aten??o.

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