Um dia uma por??o de energia se condensou, se tornou nuvem, que se tornou um sol.
Sei que posso, só ainda n?o sei como...
- Que sentimento é esse que queima dessa forma t?o terrível? Que nomes esses sentimentos possuem? Você sente o mesmo que eu estou sentindo? – perguntei para o que estava logo ao meu lado.
- Aparentemente é o mesmo. é uma vibra??o bem menor, mais...
- Tem pouca luz – cismou um outro mais distante, observando preocupado as formas que enxameavam em torno de Aden, que se mostrava t?o perdida quanto nós.
Ent?o um de nós, Azazel, que estava mais próxima das formas de menos luz, se aproximou um pouco mais delas e estendeu sua consciência, ainda se mantendo ligada a nós. Nesse momento, para aumentar ainda mais nossa confus?o, aquelas formas tiveram consciência de nós, e se viraram para nos encarar. O que nos causou estranheza foram os sentimentos que demonstraram, os quais ainda n?o tínhamos experimentado. N?o era amor aquilo, n?o havia luz no que nos enviavam.
Ent?o, de súbito, tomados de uma pressa inimaginada eles avan?aram contra a nossa irm? e a prenderam.
Eles estavam como ondas escuras, como uma fuma?a pesada de onde parecia escorrer algo que n?o entendíamos o que poderia ser, a n?o ser que nos fazia muito mal sua proximidade.
Um grito ouvimos, e em resposta um grito todos nós lan?amos. éramos milh?es de milh?es, at?nitos, sem entender o que acontecia.
Relutantemente, como uma muralha tímida nos aproximamos um pouco mais, como sonambulos todos nós, sem entender o que estava acontecendo.
Os escuros, mantendo a nossa irm? aprisionada com determina??o, se lan?aram em nossa dire??o e tentaram capturar mais alguns de nós. Mas, já de sobreaviso, onde eles atacavam nós nos afastávamos, como uma massa gigantesca de sardinhas quando é atacada por algum predador. Eles faziam a curva no espa?o, um riso sarcástico ecoando em nossos seres, e tentavam novamente, e novamente.
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Algo do que acontecia já era do nosso conhecimento, como muito do que sentiam aquelas criaturas que atacavam a nossa irm?, e ficamos assustados, porque esse sentimento, e como reconhecê-lo, nos foi passado por Azazel, que mostrava estar em intensa agonia.
Nos afastamos para longe do alcance deles, confusos e assustados, enquanto nossa irm? era tomada de intenso temor, que também passou a ser nosso.
Foi um dos nossos irm?os, Amadiel, o que mais fervor tinha quando criava, que mudou sua aura e encarou a dor. Com uma velocidade estonteante o vimos avan?ar contra as formas invasoras e tomar nossa irm? de volta, que já mostrava intensos sinais de agonia.
Os escuros tentaram impedir nosso irm?o, estranhamente sem muito empenho. Eles os deixaram ir-se, felizes de terem, agora, o planeta apenas para eles, porque nos afundamos e nos perdemos nos espa?os escuros, onde nos refugiamos.
Mas uma imagem ficara na mente de anjo Samael: um ser gigantesco, que nunca tinha visto, ficou observando de longe enquanto nossa irm? era resgatada. Foi ele, ele sabia, que fizera um sinal muito sutil para que os outros n?o os perseguissem. Como se houvesse um sussurro claro e límpido em sua mente soube seu nome: Mercator, o flagelo. Mas tinha certeza de que notara algo diferente nele, em toda aquela fúria desmedida: havia uma dor suave, quase imperceptível, apesar de manifesta, por mais que o dem?nio tentasse esquecer-se dela ou mantê-la oculta.
Por muito tempo cuidamos de nossa irm? que havia caído nas m?os dos escuros. Azazel sempre tivera uma luz marrom esverdeada, forte e linda, extremamente curiosa, e agora, observamos preocupados, sua luz se mostrava um tanto emba?ada e havia fortes tons opacos se revolvendo dentro do que era, e passara a olhar à volta com muito menos alegria e liberdade que antes mostrara.
Por longo tempo nós irradiávamos para ela nossa energia, ajudando-a a se recuperar. Mas, nesse processo, sua dor nossa se tornou, e tomamos também contato sentido com a escurid?o.
Assombrados nos mantivemos afastados de Aden e de suas proximidades por um enorme tempo.
Ocultos num canto remoto daquela pequena galáxia no universo de Thanis, que agora entendemos se chamar Nébadon por causa da chegada das sombras, ficamos observando de longe, tentando entender o que estava acontecendo.
Sem conseguir assimilar vimos que o que tanto amávamos estava sendo adulterado e conspurcado. E, para aumentar ainda mais tudo o que sentíamos de mal, havia uma terrível dor em Aden, Mitra e Vintra, e pedidos magoados e silenciosos por ajuda ressoavam em nós. Mas, que ajuda poderíamos dar, se nem mesmo sabíamos o que eram aqueles seres de sombra que encobriam tudo em que punham suas vontades?
Mas, será que realmente os deconhecíamos?