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TERRÍVEIS EXPERIÊNCIAS - OS NOVOS HUMANOS CRIADOS - 985 e5

  A cria??o, em muitos casos, também é um ato de destrui??o.

  Sênior n?o podia acreditar no que via. As auras estavam imundas, e havia aquela escurid?o que a tudo toldava.

  O laboratório era todo branco e encerado, o que em nada disfar?ava a maldade que ali acontecia.

  E, nas bancadas metodicamente higienizadas havia muitos símios, e seres humanoides desenvolvidos das outras interven??es dos galácticos na era anterior. Mas, se antes o desenvolvimento de outras espécies de homens for a respeitoso, na maioria dos casos, isso agora parecia ser coisa do passado.

  Esses pareciam sedados, e muitos estavam retalhados. Havia uma indiferen?a terrível com a dor que eles pudessem estar sentindo.

  Sênior sondou os médicos e cientistas pelas outras dimens?es, vendo que eles estavam frios, sem qualquer emo??o que lhes pusesse um freio.

  Quando irrompeu pelo laboratório, e aqueles seres se voltaram para ele, sentiu como se todo o seu mundo tivesse sido empurrado e chacoalhado com extrema violência.

  Enojado sacou a espada e, numa velocidade terrível, deu cabo de todos os que estavam ali dentro, inclusive das vítimas, explodindo e fazendo virar pó até a mínima pedra que ali tentara ser algo.

  Ent?o, chocado e abandonado se deixou quieto.

  Por muitos e muitos anos ficou por ali, e acabou sendo conhecido como "o louco", pois que nada falava quando vinham ao seu encontro, e quando o tentavam for?ar a alguma coisa, matava com extrema frieza.

  O local foi isolado, e ninguém dali se aproximou mais, a n?o ser alguns drag?es que ali desciam, e parecia que eram recebidos em silêncio, como em silêncio partiam. Apenas companhia, cuspiam para o lado, receosos de que o louco os visse ou ouvisse.

  Foi num dos últimos dias de inverno, quando tudo se preparava para a primavera, que a nave surgiu sobre o planeta.

  Era uma nave enorme brilhando a a?o escovado, t?o magnífica quanto uma nau capitania poderia ser.

  Em silêncio muitos anjos e dranians entraram nela a convite e relataram a dor que morava no planeta, como em silêncio muitos outros viram uma pequena nave descer, perfurando com suavidade as nuvens brancas e gordas, como se estivesse pensando em como deveria proceder.

  Sênior viu a nave descer. Com um estalido e um chiado viu uma pequena porta e uma escada surgirem.

  Tirou os olhos da nave, pousando no grande drag?o negro que estava deitado na grama ao seu lado.

  Com indiferen?a viu o drag?o suspirar, erguendo-se em suas patas dianteiras e sentando-se, o pesco?o elevado, a majestade em pessoa.

  Com um suspiro colocou seus olhos numa nuvem pesada e cinza que se dirigia contra uma montanha ao norte.

  Derfla se aproximou e se sentou, os olhos também presos na nuvem que corria no céu.

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  - Eu sei o que viu, eu sei o que descobriu, meu amigo – Derfla murmurou, a face triste e pensativa.

  - Eu ainda n?o sei o que vi, após todos esses anos – Sênior falou, a voz distante e rouca.

  - Tentando se decidir sobre o que vai fazer? Eles n?o v?o querer abandonar a experiência, isso é bem claro, e com sua resistência eles v?o insistir ainda mais. Essas criaturas causam um fascínio hipnótico n?o só neles, como em todos os galácticos, você sabe...

  — Sei!

  - E vai ficar matando-os, toda vez que eles nascem?

  - Faria isso sempre, se mostrasse que iria funcionar. Mas isso, dentre todas as alternativas que já tentei, também n?o está adiantando. Tentei muitas abordagens diferentes, mas...

  - Mas nenhuma delas irá funcionar. E você sabe porque n?o vai.

  - Sim, eu sei, Derfla. Sinceramente, n?o sei o que fazer, pela primeira vez.

  - Há muitas ra?as galácticas aqui no planeta, Sênior. E muitas delas est?o fazendo experiências. Sei que sabe, como sei que atacou muitos dos laboratórios deles. Os pleiadianos e os orionos representaram contra você – sorriu. – Parece que muitos est?o curiosos demais com esses novos seres, e querem ver até onde eles podem ir.

  - Eles v?o aprender...

  - Ent?o, porque nega isso aos seus? Você é o tardisch, lembra? E eles s?o os veladores. Eles precisam de seu apoio, de sua orienta??o. Você precisa fazer o seu papel.

  - Continuar a matá-los, impedindo-os de caírem tanto? – sorriu descrente num terrível amargor.

  - Talvez, ao invés da espada esse sarcasmo fa?a mais efeito neles – sorriu. – A espada só está fazendo-os mais certos na queda.

  Sênior virou-se para ele, e pela primeira vez em muitos anos sorriu.

  Derfla notou a diferen?a que acontecia por todo o vale que Sênior mantivera nas sombras por muitos anos.

  - Eles caíram, como você. Sua pequena família o puxou para baixo, e você precisa reagir e puxá-la para cima, meu amigo.

  Sênior fechou os olhos e os reviu no laboratório, em suas terríveis experiências. Lá estavam os doze ganedrais, todos unidos como uma equipe, e eles estavam escuros e apodrecidos, indiferentes e duros às dores e agonias de suas vítimas.

  - é difícil...

  - Você, meu amigo, os ajudou, um a um quando eles desempenharam o papel de vítimas, sussurrando esperan?a, impedindo que mergulhassem nas sombras. Por que agora os quer desaparecidos nas trevas, quando buscam o outro lado experiência?

  Sênior o observou com cuidado.

  > Melhor ser ferido que ferir... às vezes isso é bom, outras vezes n?o. Você precisa se resgatar para poder resgatá-los, no tempo deles. As vítimas que eles feriram desejaram essa experiência, e eles estavam disponíveis.

  Sênior suspirou profundamente.

  - Que tal um tempo? A “estrela de prata” está em órbita do planeta, e muitos est?o doidos para te conhecerem. Venha comigo... Enquanto estou por aqui – ajuntou.

  - Ora, e por que isso? – estranhou.

  - A quarentena, Sênior. Um outro foi designado para assumir no planeta. O nome dele é Safiel, e sei que vocês v?o se dar muito bem.

  - Tenho certeza de que sim... Já ouvi falar muito sobre ele, principalmente nas guerras de Lira.

  - Sim, ele é um guerreiro de enorme nobreza e poder, e você e seus irm?os estar?o bem. Bem, vamos?

  Sênior inspirou demoradamente, os olhos pegos nos olhos de Braba.

  Uma lágrima escorregou pela face, os olhos abandonados na montanha e na nuvem, a dor enchendo seu cora??o pelos irm?os que tanto amava, perdidos na tenebrosa escurid?o.

  Sentiu por todo seu ser uma aragem fria e refrescante, e sorriu agradecido. Ent?o se levantou e parou na frente do drag?o. Braba baixou a enorme cabe?a e apoiou com cuidado no ombro do anjo. Por longo tempo ficaram assim, abra?ados.

  O drag?o fungou bem devagar, ao sentir o choro do amigo.

  — Vá! – incentivou o drag?o apoiando sua enorme cabe?a contra a testa de Sênior. Por um tempo ficaram assim, até que lentamente se separaram. – Deixe cada um experimentar o que precisa, n?o lhes negue isso. Você também, meu amigo, cometeu muitos erros, e sabe o quanto aprendeu com eles.

  Sênior sorriu agradecido.

  - Está certo... Espero ser para eles a orienta??o e o apoio que s?o para mim - sussurrou.

  - Você dará conta disso – lhe enviou o drag?o com os pensamentos suaves e afetuosos.

  Com um sinal Sênior fez uma vênia para o drag?o. Ent?o voltou-se para Derfla, concordando em ir até a capitania e se deixar um tempo ali.

  Derfla cumprimentou Braba com carinho e subiu em sua pequena nave, enquanto o anjo abria seus dois pares de asas, partindo com um sorriso pensativo no rosto.

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