Eu n?o esperava encontrar um poder assim, rescendendo coisas antigas e cheias de tudo o que eu era, de tudo que sei que sou.
Gaia revolucionava abaixo, toda azul com suas imensas por??es de terra tomadas de verde e marrom, uma linda esfera pincelada de branco das nuvens.
Sênior se deixou ali, parado, sentindo o amor que tinha pelo planeta. Olhou um pouco mais distante, para Mitra, agora apenas uma sombra enferrujada do que for a um dia. Sentiu seu peito silenciar.
Ent?o algo surgiu numa por??o de terra abaixo, que chamou sua aten??o. N?o era uma coisa única, mas parecia ser composto por várias consciências, que sondavam tudo o que havia. Ficou observando a energia que estudava o mundo, até que viu o momento em que elas tomaram consciência de sua presen?a.
Sênior percebeu o exato momento em que suas aten??es se fixaram nele. Foi como uma eletricidade que como chispas correram suaves por todo seu corpo e pelo espa?o em volta.
Sênior ficou parado no espa?o, flutuando naquele n?o tempo, estranhando toda a altera??o em que estava imerso.
Subitamente ela surgiu, e depois mais uma, e outra e mais outra, e treze consciências contou.
Ent?o, como num lampejo, elas o rodeavam. N?o havia amea?a, mas apenas curiosidade.
Vozes reboavam como sussurros, cochichos numa língua que n?o conseguia reconhecer.
De repente se fez um silêncio, onde o mundo parecia ter sido isolado.
- Você é o anjo que primeiro chegou até Gaia – ouviu nos espa?os em volta do planeta.
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- Um dos primeiros, sim. Eu estava com minha família – explicou para a onda de energia em que as treze se misturavam. – N?o conhe?o a energia de vocês, e as m?nadas me s?o desconhecidas também. No entanto, eu as conhe?o, pois as senti pelos outros. Mutas, criadas pelas pessoas, amadas pelo Trov?o, sendo que duas de vocês s?o de cria??o exclusiva dele. Sinto-me honrado pela aten??o de vocês.
Houve um silêncio, que apesar de breve como um corisco parecia ter se estendido por eras.
- Entendemos. Nós somos algo diferente, um pouco – sentiu a explica??o vindo de uma delas, que pulsava como fonte de energia um pouco maior que as das outras doze.
Se postou diretamente frente a ela, e a pode perceber.
Ela era de muito poder, desse que via em profundidade as eras, percebeu, o que a tornava um pouco indiferente e, erroneamente, desapaixonada.
- Você tem a frieza de um deus, por ver tudo como um todo – falou. – Sei de vocês, mutas, mas n?o as entendo... O que s?o vocês?
Ent?o, de súbito, imagens velozes lhe chegaram, enviadas por aquela consciência, e ele pode ver as pessoas criando craneos de barro, pelos quais Trov?o se apaixonou e usou para criar novos seres, que depois utilizou para criar os homens. Elas eram a f?rma, o arcabou?o onde o Trov?o colocara sua vontade de cria??o, motivo pelo qual havia tanto poder nelas. Mutas, ouviu no espa?o negro, e cada uma delas o seu nome lhes disseram. Rainhas de destino, ouviu um sussurro vindo do próprio Trov?o. E o viu observando cada uma com amor, e de si o viu subtraindo uma centelha e nelas instalando, e algumas outras dos multiversos trouxe seres de poder, que juntaram às caveiras. O poder que estava nelas assim for a destinado, para que pudessem ser as próprias rainhas de destino.
- Sênior... Sabe o papel que vai desempenhar? – ouviu a pergunta de uma delas, que sabia se chamar Volitora, que ficou impressa em sua mente.
Ent?o, sem mais qualquer palavra viu doze delas se afastando e se recolhendo para dentro do planeta, onde haviam sido guardadas pelo próprio Trov?o. Apenas uma permaneceu, e sabia que seu nome era Maestra.
- Obrigado por terem vindo me receber – agradeceu à muta.- Um dia, há algum tempo julguei saber de uma de vocês, de você. Elahin, n?o é mesmo?
Um silêncio se manifestou, e parecia pensar sobre si e sobre as coisas.
- Reconhe?o esse ser, como reconhe?o o ser que você é. Observe, anjo, pois os pincéis come?am a se movimentar, e o quadro é bem maior do que se acredita. Divirta-se... – falou, sumindo logo no ato.
Sênior ficou sem palavras, sondando o globo que era Gaia, tentando entender o que ouvira.