CAPíTULO 1 – O DESPERTAR DO CICLO
Em diversas partes do mundo — Nova Iorque, Tóquio, S?o Paulo, Berlim — famílias se reúnem em frente às televis?es. O jornal da noite é interrompido por um plant?o urgente.
?ncora (voz tensa):
“Interrompemos a programa??o. Imagens ao vivo do Deserto do Saara indicam que uma expedi??o científica foi atacada por for?as desconhecidas.”
A transmiss?o muda. A camera aérea revela um rasgo no solo arenoso: um portal pulsante, com energia violácea e névoa púrpura saindo de seu centro.
Dali emergem formas distorcidas — corpos inumanos, bra?os demais, olhos demais, dentes demais. Gritos. Confus?o. Tiros.
Uma criatura salta sobre o cinegrafista. A imagem treme, e a transmiss?o cai.
Minutos depois, o governo exibe pronunciamentos apressados.
Ministro da Defesa (tom grave):
“Temos a situa??o sob controle. As for?as internacionais est?o reunidas. Pedimos calma à popula??o.”
Chefe da miss?o (via videoconferência):
“Os hieróglifos falam de um selo antigo. Um ciclo. Este portal n?o deveria abrir novamente… Mas abriu.”
Flashback, algumas horas antes da tragédia.
A Dra. Samira El-Fayed, arqueóloga e linguista, lê inscri??es entalhadas nas pedras próximas ao portal. Sua voz registra as tradu??es:
Samira (gravando):
“Três pilares... três guardi?es... uma pris?o selada por piramides. A cada era, o inferno tenta sair…”
Um barulho. Um verme negro, grande como uma m?o, salta das sombras e se lan?a em sua dire??o. Antes que ela reaja, entra por sua boca.
A mulher cai em espasmos… e levanta com os olhos negros, sorrindo de forma antinatural.
Dentro de minutos, toda a base é massacrada. Só ela sai andando dali.
Narrador (voz sobre imagens de piramides):
“Diz-se que as piramides do Egito n?o s?o apenas túmulos. Elas s?o pilares seladores. Quando o selo come?a a se desgastar, o ciclo recome?a. E dessa vez, n?o há sacerdotes.”
Anos depois — 2025.
Num centro urbano cercado por prédios e holofotes, centenas de civis assistem a uma exibi??o da organiza??o Aegis Global, recém-formada após o evento no Saara.
No centro da pra?a, soldados armados descarregam tiros em uma criatura de aparência humanoide. Ela urra, se contorce... e morre.
O corpo desfigurado cai ao ch?o. A multid?o aplaude, sem saber o que realmente está vendo.
Entre a multid?o está Kael Vereth.
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Camisa de flanela vermelha, sobretudo preto, cal?a jeans surrada e botas. Ele encara o cadáver sem emo??o.
Kael (olhando o corpo):
“Esse dem?nio... parece com...”
Ele puxa do bolso uma folha amassada. Um velho jornal.
Título: “PRIMEIRO HERóI: GOVERNO TREINA CA?ADORES PARA ELIMINAR DEM?NIOS – ELIAS SANTOS”
Kael observa a foto. O “herói” do jornal é o mesmo corpo morto à sua frente.
Ele guarda o papel. Acende um cigarro. E vai embora sem olhar para trás.
Em uma rua calma, um bar pequeno. Miguel, 17 anos, limpa as mesas enquanto seu pai seca copos atrás do balc?o.
Sr. Rodrigues:
“Você viu aquele negócio do ca?ador? Virou monstro... Que mundo, hein?”
Miguel:
“Acha que dá pra ser um desses heróis? Deve ser foda...”
A porta abre. Um homem de uniforme preto entra — insígnias vermelhas, postura abatida. Um ca?ador da Aegis.
Ele se senta ao balc?o, exausto.
Ca?ador (voz rouca):
“Uísque. Duplo.”
O Sr. Rodrigues serve. O ca?ador bebe de uma vez só, respira fundo e diz com voz baixa:
Ca?ador:
“Vocês n?o sabem o pre?o…”
Ele come?a a tremer. M?os nas têmporas. Murmura:
Ca?ador:
“Desculpa... Fujam...”
Os olhos viram. O corpo se contorce. Ossos estalam. Ele vira um monstro ali, na frente deles.
Com um rugido, salta sobre o Sr. Rodrigues e o joga contra a parede. Miguel grita, sem rea??o, paralisado de medo.
A porta é arrombada com um chute.
O monstro avan?a. Miguel após ouvir o barulho da porta recobra o sentido que tinham se esvaziados por medo e assim se coloca no caminho, tentando proteger o pai. Sem hesitar, o monstro acerta o jogando contra a parede apenas vendo as botas de Kael na parado na porta, e logo em seguida garoto perde a consciência .
O Demonio que outra hora foi um ca?ador percebe Kael na porta , quando se prepara para ataca-lo, em um movimento fluido, Kael saca a espada, gira e decapita a criatura com um golpe só.
Silêncio. Apenas o som do sangue pingando no ch?o.
Das sombras surge Malphas — terno escuro, olhos de cor ambar, um leve sorriso demoníaco no rosto. Suas asas de sombra se retraem enquanto ele observa Miguel desmaiado no ch?o.
Malphas:
“Você vai pegá-lo?”
Kael revira os olhos.
Kael:
“Claro. Moleque é meio burro, v?o usa-lo de desculpa..., pois viu coisa demais.”
Kael carrega Miguel nos ombros e os dois somem pelas sombras da rua. Malphas acompanha, assobiando.
Miguel acorda numa cadeira de metal, amarrado. O lugar parece um velho galp?o abandonado. Monitores antigos. Ferramentas. Armas.
Miguel (assustado):
“Que merda é essa?! Onde tá meu pai?!”
Kael está sentado num banco próximo, afiando sua espada.
Kael:
“Quer voltar para seu pai? Se voltar pra lá, v?o dizer que você causou aquilo tudo com o monstro. Que era cúmplice. Que é um deles.”
Miguel:
“Do que você tá falando?! Aquele ca?ador... ele virou uma coisa!”
Kael levanta devagar.
Kael:
“O portal do inferno foi selado faz oito meses. O que t?o ca?ando agora n?o s?o dem?nios. S?o ca?adores como ele. Eles usaram sangue demais. Ficaram fortes... demais. E quebraram. A Aegis sabe disso. Só que n?o fala. Porque esses 'heróis' ainda servem pra propaganda — até virarem monstros descartáveis.”
Miguel, assustado, nega com a cabe?a.
Miguel:
“N?o... n?o faz sentido...quem é você?”
Kael:
“Eles preferem manter o teatro. Disfar?ar como novas amea?as. Enquanto isso, eu cuido da limpeza. Quem sou eu? Sou o desgra?ado que coloca esses filhos da puta da organiza??o na linha. Quando fazem merda.”
Kael se aproxima, desamarra Miguel.
Kael:
“Se quiser nos ajudar é só ficar. Mas se sair por essa porta, você vai sumir. Como todos os outros.”
Miguel n?o responde. Só encara Kael. A ficha ainda caindo. Mas algo dentro dele já mudou.
Em uma sala escura da sede da Aegis, Azrael observa as imagens da batalha no bar.
Azrael (voz fria):
“Kael... sempre interferindo.”
Ele se levanta, empunhando sua espada colossal com facilidade.
Azrael:
“Hora de restaurar a ordem.”