A noite estava fria, e o céu encoberto por nuvens escondia a luz da lua. As ruas da cidade pareciam mais silenciosas do que o normal, como se tudo estivesse à espera de algo prestes a acontecer. Elias e Petilson seguiam a garota misteriosa por um beco estreito iluminado apenas por um velho poste piscando.

  Eles haviam acabado de sair de um confronto estranho com ela, mas algo na forma como ela os observava os fez acreditar que poderiam finalmente conseguir algumas respostas. A garota parou abruptamente em frente a uma porta metálica.

  — Aqui n?o tem cameras — disse ela, olhando para os lados. — Podemos falar.

  Elias assentiu, ainda desconfiado, enquanto Petilson cruzava os bra?os.

  — O que sabe sobre o Projeto Infinity? — perguntou Elias.

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  A garota sorriu de canto. Seu olhar carregava uma mistura de mistério e confian?a. Ela encostou-se à parede e encarou os dois irm?os.

  — A ferramenta usada em vocês... n?o completou o trabalho — disse ela, num tom quase divertido. — Trouxe de volta partes, sim, mas... n?o tudo.

  — Como assim? — perguntou Petilson, franzindo a testa.

  — As memórias mais profundas... as importantes, ainda est?o bloqueadas. Mas com o momento certo, com as escolhas certas... vocês podem desbloquear tudo. — Ela fez uma pausa dramática e se inclinou para a frente, com um sorriso sarcástico. — Se conseguirem sobreviver até lá.

  Os irm?os se entreolharam. Petilson cerrava os punhos, visivelmente frustrado.

  — Está brincando com a gente? — disse ele.

  — N?o. Estou ajudando vocês — respondeu ela, andando em dire??o a uma pequena mesa no fundo da sala. — Mas toda ajuda tem um pre?o.

  — E o que quer? — perguntou Elias, já antecipando o pior.

  — Confian?a. E talvez... uma promessa de vingan?a.

  E antes que qualquer um dos irm?os respondesse, a garota puxou uma pequena caixa metálica de um compartimento secreto e a colocou sobre a mesa.

  — Isso pode ser o próximo passo. Mas n?o aqui, n?o agora. Amanh?, 22h, na esta??o abandonada do setor 9.

  Ela olhou para eles mais uma vez, agora séria.

  — A partir de agora, nada será como antes.